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InovarTejo vai ser dissolvida

Nersant, principal accionista, diz não ter conhecimento da decisão tomada pela AMLT

A InovarTejo – Agência de Desenvolvimento Regional vai fechar as portas. A decisão foi tomada na última reunião da Associação de Municípios da Lezíria do Tejo. A justificação para a dissolução da sociedade é de que esta não atingiu os objectivos para que foi criada – desenvolver projectos de candidaturas a fundos comunitários. Por detrás desta explicação escondem-se todavia as fortes incompatibilidades existentes no seio da própria administração. A confirmar isso está o facto de o representante da Nersant na empresa não fazer ideia do que se está a passar.

Foi inaugurada com pompa e circunstância em Novembro de 1999 tendo como objectivo apoiar iniciativas empresariais, assegurando as candidaturas aos fundos comunitários. Pouco mais de dois anos depois, a agência de desenvolvimento regional InovarTejo, com sede na Chamusca, vai ser dissolvida por não ter atingido os objectivos para a qual foi criada. “Não houve nenhum projecto digno de registo, que nos enchesse o olho”, referiu ao nosso jornal o presidente da Associação de Municípios da Lezíria do Tejo, Joaquim Sousa Gomes.À medida que o tempo passava e os projectos não apareciam, os parceiros iniciais - além das associações de municípios e da Nersant (Associação Empresarial), várias outras associações de desenvolvimento regional integravam a parceria - começaram a olhar de esguelha para a empresa, chegando ao ponto de se desfazerem das suas quotas. A Associação de Municípios do Médio Tejo (AMMT) foi das primeiras a demonstrar querer sair. E a Associação de Municípios da Lezíria não pretendia ficar com o ónus do projecto. O presidente da Associação de Municípios da Lezíria do Tejo (AMLT) avança também com outras questões que poderão ter acelerado o processo de dissolução. “Começaram a haver incompatibilidades no seio da própria administração relativamente a diversos processos e a convivência deixou de ser salutar entre as instituições envolvidas no projecto”.Na sua última reunião, realizada em meados de Fevereiro, a Associação de Municípios da Lezíria do Tejo decidiu que era o momento certo para decidir sobre o futuro da empresa. Segundo apurou o nosso jornal em cima da mesa estiveram duas alternativas – falência ou dissolução – tendo-se optado pela última, já que a falência acarretava vários encargos adicionais.Encargos que a administração da empresa terá todavia de cumprir com a ex-directora geral da InovarTejo que pôs um processo em tribunal por não lhe ter sido renovado o contrato de trabalho como estava estabelecido inicialmente. Sousa Gomes confirma que existe um processo a correr no tribunal e que a InovarTejo tem responsabilidades financeiras para com a funcionária, nomeadamente em termos de vencimentos.Com a dissolução da InovarTejo, outra questão se equaciona – o que fazer com o edifício onde está instalada. Há três anos a Câmara da Chamusca prontificou-se a arranjar solução para a sede da empresa, tendo celebrado um contrato de comodato com Salter Cid, herdeiro do proprietário do edifício onde a InovarTejo está instalada, junto ao Centro Regional de Artesanato.Como contrapartida à cedência das instalações a autarquia chamusquense comprometeu-se a fazer obras no edifício, no valor de dez mil contos. Passados três anos, com as obras feitas e o dinheiro gasto, questiona-se que utilização irá ser dado ao espaço uma vez que faltam cumprir ainda cinco anos do contrato de comodato.Mas essa parece não ser uma grande preocupação para Sérgio Carrinho. O presidente da Câmara da Chamusca referiu a O MIRANTE que a autarquia vai aproveitar o espaço para várias actividades, tendo inclusive a decorrer já alguns trâmites nesse sentido.“O edifício não vai ficar às moscas”, garante Sérgio Carrinho, adiantando que neste momento já lá funciona a título provisório a comissão instaladora da futura associação empresarial da Chamusca. Mas ainda há um pequeno senão – a câmara vai ter de fazer mais umas obras, uma vez que chove lá dentro.Margarida CabeleiraO último a saberA decisão da Associação de Municípios da Lezíria do Tejo parece ter sido tomada de forma unilateral, uma vez que a Nersant – que detém a maioria do capital da InovarTejo (25 por cento contra os 12,5 por cento da AMLT) – mantém a intenção de apostar na continuidade da actividade da InovarTejo.Filipe Martins, director da Associação Empresarial da Região de Santarém e um dos membros do concelho de administração da empresa sediada na Chamusca diz mesmo não ter qualquer conhecimento oficial sobre uma possível dissolução da InovarTejo.“Pessoalmente, enquanto membro da administração da InovarTejo, não tenho qualquer conhecimento oficial sobre a dissolução da empresa”, referiu ao nosso jornal Filipe Martins, adiantando que a associação empresarial mantém a sua quota de 25 por cento na empresa e pretende prosseguir com as deliberações tomadas na assembleia extraordinária da InovarTejo, ocorrida em Novembro do ano passado.“Na altura discutiu-se realmente o futuro da empresa e a Nersant disse claramente que apostava na sua continuidade, sugerindo aos parceiros que se estudasse uma nova estratégia para a empresa uma vez que a actual não está realmente a dar frutos”, afirmou o director da Nersant.

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