A última reunião da assembleia municipal de Tomar, realizada na sexta-feira, dia 28, veio provar que em Tomar a oposição não faz oposição e o executivo camarário governa como bem entende. Os dois primeiros pontos da ordem de trabalhos – discussão e votação sobre os valores da contribuição autárquica e derrama a implementar no próximo ano – pressupunham à partida alguma luta partidária, mas afinal tudo foi aprovado de uma forma pacífica. E até a CDU, que momentos antes do início dos trabalhos tinha entregue à comunicação social declarações de voto onde justificava o porquê do seu “não” às propostas da autarquia, acabou por se “vergar” às explicações do presidente da câmara, António Paiva, e absteve-se na hora da votação.Os deputados alteraram o seu sentido de voto, acabando por se absterem. No final da discussão sobre o valor da contribuição autárquica, José Serra, presidente da Junta de Freguesia de Carregueiros, foi o único “arrependido”, tendo-se abstido, enquanto a líder da bancada, Sílvia Serraventoso e o presidente da Junta de Freguesia de Paialvo, Custódio Ferreira, seguiam o sentido inicial de voto, votando contra.Relativamente à votação do ponto 2 (lançamento da derrama) e ponto 3 (reestruturação administrativa dos serviços do município) os três elementos da CDU abstiveram-se contrariando o inicial sentido de voto.Além de inédita em Tomar, a situação tornou-se caricata, uma vez que a bancada da CDU só entregou à mesa as suas declarações de voto após os três pontos terem sido votados e já com as devidas correcções. Esqueceu-se todavia que os jornalistas tinham as versões originais.