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A empresa de Tomar está a trabalhar a 20 por cento. Na última semana apenas foram vendidos

Vendas da Citaves em queda livre

Administrador do grupo de Tomar diz que paga o justo pelo pecador

O grupo Citaves, de Tomar, está praticamente parado desde que surgiu a polémica em redor dos galináceos. Fernando Jorge, administrador do grupo, referiu ao nosso jornal que se a situação não se inverter até à próxima semana, o futuro será negro para o grupo, composto por várias empresas, todas ligadas ao sector. A venda dos frangos da Citaves registou uma quebra de 80 por cento, uma situação que Fernando Jorge considera insustentável. “Está a pagar o justo pelo pecador”, diz inconformado o administrador. A menos de cinco quilómetros da Citaves, na localidade de Grou, a Inspecção do Ministério da Agricultura encontrou nitrofurano na pecuária Fernando Marques. A mesma substância foi encontrada na Agropefe, em Ferreira do Zêzere.

Na empresa Citaves, em Santa Cita, Tomar, todas as semanas entram 200 mil pintos para criar e saem 200 mil frangos para o mercado. Todas as semanas menos a última, em que apenas foram vendidos cerca de 40 mil frangos, tudo por causa da notícia sobre o aparecimento de nitrofuranos – uma espécie de antibiótico - na cadeia de produção de galináceos.“Fomos obrigados a desligar máquinas e forçar a morte embrionária de milhares de pintos”, referiu Fernando Jorge ao nosso jornal, acrescentando ainda que tiveram também de matar 100 mil pintos. É que como o mercado da procura está, a produção habitual peca agora por excesso. A retracção é total, “desde as pequenas mercearias da aldeia até aos grandes hipermercados”, diz o administrador.Fernando Jorge ainda não se debruçou sobre os números – “só vou fazer o balanço depois de passar esta semana, que considero decisiva” – mas sabe que os prejuízos são mais que muitos. “Quem é que aguenta vender apenas 20 por cento do que a média normal?” questiona, adiantando que a situação está muito feia.“Para o grupo Citaves é incomportável trabalhar a 20 por cento”, diz o administrador, adiantando que a situação também está muito feia para o lado dos cerca de 400 trabalhadores que dependem directamente do grupo. Além da comercialização dos frangos (Citaves), o grupo tem ainda os Aviários de Santa Cita e a Rações Nabão, para além de várias distribuidoras. “O futuro é negro”, desabafa Fernando Jorge.Sobre o facto da União Europeia ter decidido, na terça-feira, não proceder ao embargo da carne de frango, patos, perus e afins vindas de Portugal, Fernando Jorge afirma que do mal o menos. “Acho que os que prevaricam têm de ser punidos mas não podem pagar todos pelo que fazem meia dúzia”, refere, adiantando que desde há oito anos, altura em que foi proibida na Europa a comercialização de nitrofuranos para os galináceos, que o grupo Citaves cumpre rigorosamente a lei.Fernando Jorge acredita também que “nunca se comeu frango com tanta segurança como agora” e aconselha as pessoas a exorcizarem os seus receios – “a fiscalização foi feita, os que infringiram a lei estão encontrados e já não o fazem mais e por isso a carne de frango continua a ser uma excelente alternativa para o consumidor”, refere.No mesmo dia que o administrador da Citaves prestou as declarações ao nosso jornal, o Ministério da Agricultura divulgava mais dois nomes de empresas onde foi detectado nitrofurano, situadas ambas no distrito de Santarém. A menos de cinco quilómetros da Citaves, na localidade de Grou (concelho de Tomar) o avicultor Fernando Marques teve 20 mil frangos sequestrados em consequência das análises positivas, enquanto na firma Agropefe, de Ferreira do Zêzere, o ministério ordenou o sequestro de um pavilhão com cerca de 25 mil aves.O gerente da Agropefe reagiu de imediato ao anúncio do Ministério da Agricultura, afirmando que vai contestar judicialmente as conclusões das inspecções. Na opinião de Manuel Silva Ferreira, as análises estão “erradas” porque os testes de despistagem não destinguem o nitrofurano de outras substâncias derivadas que são utilizadas na alimentação de perus.
A empresa de Tomar está a trabalhar a 20 por cento. Na última semana apenas foram vendidos

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