uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Eleitores escolhem nomes para freguesias

Eleitores escolhem nomes para freguesias

Consulta no Entroncamento até domingo
Está a decorrer, até às 20.00 horas de domingo, no Entroncamento, uma consulta à população, sobre o nome a atribuir às duas freguesias que deverão resultar da divisão da actual, cujo território coincide com o do concelho.Os eleitores podem votar na sede da Junta de Freguesia, todos os dias, entre as 9h00 e as 20h00. O boletim de voto utilizado na consulta apresenta três alternativas. A primeira corresponde aos nomes que foram indicados pelos deputados do PSD e CDS/PP eleitos pelo círculo de Santarém, na proposta de lei para a criação de uma segunda freguesia: S. João Baptista para a parte sul da cidade e Nossa Senhora de Fátima para a zona norte. A segunda, da autoria do Bloco de Esquerda, é de Vaginhas para Sul e Saldanha para Norte. A terceira opção fica ao critério de cada votante.A consulta, proposta pelo vereador Henrique Leal (BE), foi aprovada por unanimidade pelo executivo municipal e teve início sábado, dia 8. O presidente da câmara, Jaime Ramos (PSD), garantiu que o resultado da votação será respeitado, apesar de legalmente não ser vinculativo. “Houve acordo no executivo municipal quanto a essa questão. Vamos respeitar o resultado da consulta. Não andamos a brincar com as pessoas”, afirmou o autarca, quarta-feira, dia 5, à noite, no decorrer de um debate sobre a criação da segunda freguesia.No debate, realizado no salão da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na zona norte da cidade, estiveram presentes cerca de três centenas de pessoas. Na altura não foi manifestada qualquer discordância sobre a divisão da actual freguesia em duas, nem por parte dos representantes de todas as forças políticas com assentos nos órgãos autárquicos, nem por parte dos munícipes. A questão mais falada acabou por ser a dos nomes a atribuir às freguesias.Até terça-feira, dia de fecho desta edição de O MIRANTE, tinham votado apenas 300 dos 14.973 eleitores do Entroncamento, segundo informação do presidente da Junta, Ezequiel Estrada (PSD). Uma fraca afluência atribuída ao hábito bem português de deixar tudo para a última hora.O autarca aproveitou para informar que os jovens que completam 18 anos de idade este ano e que ainda não estão recenseados podem participar na consulta que está a decorrer. “Basta dirigirem-se à Junta de Freguesia e fazerem um recenseamento provisório que passará a definitivo quando abrir o período determinado por lei para o recenseamento eleitoral”.Apesar da pouca participação nos primeiros dias da votação, o Presidente da Junta refere alguns factos que considera positivos. Um deles é o interesse dos jovens pelo assunto. O outro é a quantidade de pedidos de alteração de morada que se têm registado. “Há pessoas que moravam na zona sul e passaram para a zona norte, que nunca vieram actualizar a morada, mas que o estão a fazer agora por saberem que há a perspectiva de vir a ser criada uma segunda freguesia. É bastante interessante e confirma a ideia que eu já tinha de que a zona norte é mais populosa do que indicavam os dados oficiais”.No dia 5, no decurso do debate promovido pela câmara municipal, os representantes dos partidos políticos e dos órgãos autárquicos tentaram, por diversas vezes, sem qualquer sucesso, que a discussão incidisse sobre os prós e contras da divisão da actual freguesia em duas, mas nenhum deles se esqueceu de mencionar os nomes da sua preferência para as freguesias a criar. Mesmo aqueles que começaram as suas intervenções dizendo que os nomes era o que menos interessava.Curiosa foi a posição de António Ferreira, vereador da CDU na câmara municipal. Depois de ter reivindicado para a sua força política – na altura com a sigla APU - o ter sido a primeira a propor, em 1982, “uma consulta à população no sentido da criação de uma freguesia na zona norte”, foi quem mais questionou as vantagens da sua criação. E isto apesar da CDU ter dado parecer positivo sobre o assunto nos diversos órgãos autárquicos.Comentando o apelo do eleito da CDU para uma incidência da discussão nas vantagens e desvantagens, e a defesa de estudos sobre a mesma questão, feita por Eduardo Fanha Vieira, do PS, o deputado municipal do BE, Carlos Matias, disse que ambas as sugestões representavam um retrocesso. “Este debate está a ser feito desde a década de 80. Nessa altura fui candidato à câmara e defendi a criação de uma freguesia na zona norte. (...) quanto às vantagens e desvantagens só o futuro poderá dar a resposta. Isso vai depender da capacidade das pessoas. Dos eleitos, dos partidos políticos, dos eleitores. A criação da nova freguesia é um ponto de partida. Não é um ponto de chegada. Abre-se um caminho promissor e não são precisos estudos para eu saber isso”.
Eleitores escolhem nomes para freguesias

Mais Notícias

    A carregar...