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Acabar com as barreiras

Câmaras devem ser mais exigentes

As câmaras devem adoptar normas internas que, no licenciamento de obras, obriguem os seus promotores a esbater as barreiras arquitectónicas que dificultam a vida dos deficientes, defende o presidente da Associação Nacional de Municípios.

Questionado pela Agência Lusa a propósito do Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, Fernando Ruas lamentou que, “um pouco por insensibilidade” e também por desconhecimento, os deficientes tenham no seu dia-a-dia problemas que facilmente são solucionados.Exemplificou com as caixas da EDP “que são muitas vezes colocadas no passeio sem nenhum critério, quando podiam ser disfarçadas dentro das próprias paredes”.“As câmaras têm a obrigação de esbater as barreiras arquitectónicas e devem começar por fazê-lo fundamentalmente na sua planificação urbanística”, afirmou o autarca social-democrata, frisando que esse terá de ser “um esforço de cada câmara”, que a ANMP vai motivando, “mas também não pode fazer mais do que isso”.Esbater os passeios, obrigar os comerciantes a terem os toldos das lojas na devida altura, não deixar a sinalética vertical de qualquer maneira e evitar que surjam aos deficientes obstáculos imprevistos são alguns dos conselhos do presidente da Câmara de Viseu.Por outro lado, os edifícios públicos têm que ter em atenção que também são utilizados por cidadãos deficientes, devendo ser adaptados, por exemplo, com acessos para cadeiras de rodas. “Não podemos exigir isso aos particulares e depois as instituições pública não o fazerem”, sublinhou.Fernando Ruas afirmou ser particularmente sensível a esta questão, uma vez que foi director de um centro para deficientes, contando que a sua motivação para acabar com os obstáculos surgiu durante a realização de uma conferência internacional em Viseu, ao saber que duas jovens utilizadoras de cadeiras de rodas tiveram que procurar um hotel em função do elevador e não das suas preferências.Na questão laboral, o líder da ANMP considera que as autarquias estão cada vez mais sensibilizadas para empregar portadores de deficiências, mas ainda não totalmente. “A associação apenas pode aconselhar e isso tem-no feito com regularidade”, acrescentou.

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