Um perito de sociologia eleitoral defende que o aumento da abstenção em Portugal é “um problema de apatia”, afirmando que se trata sobretudo de uma “critica à classe política e instituições”.“A abstenção é um problema político: as pessoas não se identificam com os partidos e desconfiam das instituições”, disse André Freire, investigador do Instituto de Ciências Sociais do ISCTE (Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa)..Em declarações à Agência Lusa, o sociólogo, precisou que “as pessoas que votam menos são as que não se interessam pela política nem se identificam com os partidos e desconfiam do funcionamento das instituições”.“Ligado à abstenção, há um problema de criticismo face à classe política e às instituições”, acrescentou. Segundo o sociólogo, “a abstenção não é um problema de apatia, mas de atracão das pessoas para a política”. “A maioria das pessoas fala de politica e dos problemas do país com os amigos e a família”, salientou.André Freire considerou a abstenção “preocupante” porque o fenómeno, em Portugal, cresceu muito depressa e já está “um pouco acima da média das democracias em que o voto não é obrigatório”.Lusa