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Chumbo a dobrar

Contas da Câmara de Santarém voltam a ser reprovadas pela oposição

As contas da Câmara Municipal de Santarém referentes a 2002 foram novamente chumbadas pelos vereadores do PSD e da CDU no executivo, que repetiram a apreciação negativa à gestão socialista liderada por Rui Barreiro. As críticas deveram-se sobretudo à fraca execução do plano de investimentos, que se ficou pelos 35 por cento, e pelo montante das despesas correntes considerado demasiado elevado.

Recorde-se que as contas voltaram a ser discutidas após terem sido detectados erros graves na sua elaboração, entretanto corrigidos. O PSD, mesmo assim, não ficou satisfeito com as emendas e propôs que as contas fossem retiradas por considerar que ainda havia alguns lapsos a corrigir. Os argumentos da social-democrata Hélia Félix não convenceram os elementos do PS e da CDU, que se basearam nas garantias dadas pelos técnicos da autarquia para passarem à votação.Na reunião extraordinária de sexta-feira voltaram a repisar-se argumentos até à exaustão. O presidente Rui Barreiro (PS) tentou antecipar previsíveis críticas lembrando que a conjuntura económica e as restrições ao crédito impostas pelo Governo condicionaram a gestão da autarquia. Falou ainda da quebra de receitas – só a Sisa caiu 20% face a 2000 - tal como dos atrasos verificados na homologação de candidaturas a fundos comunitários, que impediram o arranque de algumas obras no ano anterior. Só que as explicações do líder da autarquia de pouco valeram. A oposição considerou que muita coisa continua por fazer, sobretudo nas áreas do saneamento básico e da rede viária, com Ramiro Matos (PSD) a ir ao ponto de descriminar área por área as baixas taxas de execução – como os zero por cento na acção social, os 16% no saneamento básico, os 36% na rede viária ou 47% no desporto. “São valores elucidativos de áreas preponderantes da actividade da câmara. Nunca poderíamos aprovar um balanço político que representa uma má gestão ao nível de execução de obras”, referiu Ramiro Matos, enquanto José Andrade (PSD) diria pouco mais tarde que as promessas de uma gestão diferente, feitas durante a campanha eleitoral pelo actual presidente, não se cumpriram.Intervenções que causaram algum nervosismo na maioria e que haveriam de ser apelidadas de demagógicas pelo PS. Perante as constantes acusações, o vereador socialista Joaquim Neto convidou os elementos do PSD a acompanharem as visitas ao concelho onde se dá conta da obra feita ou em curso. “Só na visita que efectuámos hoje passámos por obras que representam um investimento de mais de 8 milhões de euros”, destacou.Mais poupado no discurso, o vereador da CDU José Marcelino repetiu críticas ao aumento do quadro de pessoal, que engorda as despesas correntes, e ao acréscimo do endividamento. Tudo para reconhecer que “é verdade que a situação económica que esta câmara herdou não era boa, mas também é verdade que agora é pior”.Na resposta às críticas sobre o aumento do quadro de pessoal, Rui Barreiro revelou que das 58 admissões em 2002, 36 decorreram de concursos abertos no mandato anterior. Lembrou ainda que a abertura do complexo aquático obrigou à contratação de mais pessoal. E acusou a oposição de se esquecer que durante o ano passado foram aposentados 22 funcionários.O relatório e as contas da autarquia vão agora ser colocadas à apreciação da Assembleia Municipal de Santarém, que reúne esta quinta-feira em sessão extraordinária. Só depois serão remetidas para o Tribunal de Contas.

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