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Residência de estudantes vai continuar vazia

Residência de estudantes vai continuar vazia

Oposição quer dar utilização ao edifício mas presidente da câmara insiste

A residência de estudantes construída há cinco anos em Torres Novas, e que nunca foi utilizada, vai continuar a ganhar pó à espera de uma eventual ida para a cidade da Universidade Lusíada. A decisão é do presidente da câmara e foi anunciada segunda-feira. Os vereadores da oposição consideram que se trata de “um desperdício monumental” e defendem a sua imediata utilização, mesmo que para outro fim. O edifício custou duzentos mil contos ao erário público.

A residência de estudantes de Torres Novas, que se encontra ao abandono há cinco anos sem nunca ter sido utilizada, deveria ser aproveitada como espaço de cultura ou desporto enquanto não chega à cidade o aguardado Instituto Lusíada. É esta a opinião dos dois vereadores da oposição da Câmara de Torres Novas sobre o assunto suscitado na última edição de O MIRANTE.O vereador do PSD, Octávio Oliveira, considera que o espaço, que custou um milhão de euros (200 mil contos) e foi financiado na íntegra pelo Ministério da Educação, poderia funcionar como centro de desporto escolar, evitando que o investimento público fosse “desperdiçado”. O autarca social-democrata considera que a instalação do local do futuro Instituto Lusíada será uma utilização “condigna” para o espaço, mas apenas se avançar em breve. “Se a utilização não estiver iminente e se demorar tanto como demorou até agora sugeria uma funcionalidade ligada ao acolhimento dos jovens”, afirma.Octávio Oliveira põe de lado a eventual utilização do espaço como residência, argumentando que o número de alunos do ensino superior deslocados na cidade não são suficientes. Adianta mesmo que há dez anos, quando votou favoravelmente na assembleia municipal a proposta da construção da residência, já tinha algumas dúvidas sobre se o número de alunos do ensino profissional justificaria o investimento.A hipótese de utilizar o edifício para o fim a que inicialmente se destinou também é rejeitada pelo vereador da CDU, Carlos Tomé, que da mesma forma considera que o número de estudantes deslocados não justifica.O vereador da CDU considera que o espaço tem as condições ideias para se tornar no futuro centro cultural de Torres Novas, acolhendo algumas das várias colectividades do concelho.Carlos Tomé tem esperança na vinda do Instituto Lusíada para a cidade, mas admite que como é um processo que se arrasta há já algum tempo e que é preciso clarificar. “Se se chegar à conclusão que o Instituto Lusíada não vem para Torres Novas o espaço deve ser utilizado para outra coisa porque está a degradar-se. É um desperdício monumental”, avalia.Os dois vereadores lembram que chegou a ser equacionada a hipótese do edifício dos Paços do Concelho se mudar para o local, mas com a aquisição de um outro espaço para a mudança dos serviços da autarquia essa possibilidade está posta de parte.O anterior presidente da câmara, Arnaldo Santos (PSD), que no início dos anos 90 avançou com o projecto, continua a defender que o espaço deveria funcionar como residência, fim para o qual foi criado. Considera que não faz sentido que o espaço seja utilizado como universidade porque não foi preparado para isso.O ex-presidente da câmara entende que o núcleo de estudantes deslocados da Escola Superior de Educação de Torres Novas justificaria a manutenção da residência. “É um crime ter um património a degradar-se sem ser utilizado”.À ESPERA DA LUSÍADANa última reunião do executivo que se realizou na tarde de terça-feira, o presidente da câmara de Torres Novas, António Rodrigues, garantiu que as conversações para a instalação do Instituto na Lusíada estão a avançar e disse que o espaço irá permanecer vazio mais um ano à espera da instituição de ensino superior. “Não acho difícil que em Outubro do ano possa estar a funcionar as aulas da Lusíada”, referiu.O autarca disse ainda que nunca recebeu qualquer pedido de estudantes para a disponibilização do espaço, adiantando ainda que só desde o ano passado é que o local passou a ser pertença da câmara.O edifício, com capacidade para 80 jovens, destinava-se inicialmente a alojar os alunos do ensino básico e secundário das freguesias mais longínquas situadas a norte do distrito, mas também para os que frequentassem a Escola Profissional de Torres Novas. O actual executivo da câmara de Torres Novas está a “reservar” o local para uma eventual instalação do Instituto Superior Politécnico Lusíada de Torres Novas, um processo que se arrasta desde 2001.Enquanto a Lusíada não chega a Torres Novas, a Câmara gasta anualmente cerca de 15 mil euros com o alojamento de dez alunos de Timor e Cabo Verde e tem na cidade vários alunos deslocados da Escola Superior de Educação.Segundo informações obtidas pelo nosso jornal há uma mala de viagem e roupas espalhadas em alguns quartos. A PSP de Torres Novas nunca recebeu qualquer queixa por ocupação da residência. Segundo informação da polícia são os próprios agentes que quando detectam algum vidro partido comunicam à câmara.
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