Mais uma vez estou aqui para criticar uma decisão de ilustres autarcas do nosso Distrito. No caso a dos presidentes das câmaras de Abrantes e Tomar, de não terem avançado com os seus planos de prevenção primária das toxicodependências, por quererem primeiro ser esclarecidos se aquela tarefa pertence ao poder local ou ao poder central (notícia publicada na página 19 da edição de 17 de Julho de O MIRANTE).Não é compreensível que se afirme que o fenómeno da Toxicodependência seja da responsabilidade do Poder Central. Então para que servem as autarquias? Para apoiar os lobbies que as rodeiam? Para pagar viagens de sonho a eleitos e seus assessores? Para gastar dinheiro público em coisas que em nada trazem de novo ao bem-estar da população? Não consigo entender como é que um autarca, neste caso o presidente da Câmara de Tomar, aprova um protocolo em sessão de Câmara e, tanto tempo depois, no próprio dia da assinatura do mesmo, que traria algo de novo ao seu concelho, desiste com a explicação de ter que se apurar a quem pertence a responsabilidade da prevenção primária da toxicodependência. Meus senhores, a responsabilidade é de todos nós. Quanto mais tempo andarmos neste impasse mais crianças e jovens vão tendo os primeiros contactos com as tão malfadadas drogas. A notícia fala de um gasto de 20.500 Euros. O que significa isso para um orçamento camarário, que gasta mais de o dobro em coisas inúteis que em nada nos favorecem?É com muita pena que constato que existem pessoas que se preocupam mais com as guerrinhas entre a Associação Nacional de Municípios e o Governo do que com o facto de sermos um dos Distritos do País com mais elevado número de toxicodependentes. Vamos criar bases sólidas para que as nossas crianças possam crescer em harmonia, longe dos perigos que as rodeiam.Filipe Gomes – Santarém(Texto incluído na edição on-line, comentando uma notícia publicada a 17 de Julho)