A três semanas do arranque do campeonato nacional da terceira divisão, o Fazendense mostrou que está em boa forma para o início da competição. Apesar das saídas de vários jogadores titulares na época passada, a equipa revela já um bom entrosamento e venceu com mérito a edição deste ano do torneio de futebol das Fazendas de Almeirim, que se realizou no complexo desportivo professor Sousa Gomes no último fim-de-semana.O Fazendense começou por vencer no sábado a equipa do Benfica do Ribatejo por 2-1, num jogo marcado por várias situações de agressividade excessiva por parte dos jogadores benfiquistas, que no domingo, frente ao Loures, voltaram a efectuar várias entradas perigosas, que levaram o árbitro a expulsar um jogador e a acabar o jogo uns minutos antes do tempo de forma a evitar que as agressões se sucedessem.No domingo, no jogo da final, em que o Fazendense mediu forças com o Riachense, que no sábado ganhara ao Loures após a marcação de grandes penalidades, a equipa da casa voltou a vencer pelo mesmo resultado (2-1), numa partida presenciada por pouco público.Com uma defesa de quatro homens em que Samuel e Zé Monteiro estavam no centro e Sérgio I e Nankassa repartiam as laterais, um meio campo mais defensivo com Sérgio II e Luís Amante e uma frente ofensiva com três médios atacantes – Vargas, Ricardo Carvalho e Rebita – a desdobrarem-se no apoio a Rui Lopes, o homem mais avançado da equipa, o Fazendense começou o jogo a pressionar e pertenceram-lhe as melhores oportunidades de golo.Vargas, um extremo-esquerdo que jogava no Gil Vicente, apesar de estar à experiência no Fazendense, foi o jogador que mais se destacou. A sua enorme velocidade, aliada a uma técnica apuradíssima, colocou a cabeça em água aos defesas do Riachense, nomeadamente a Zé Artur, que se viu grego para parar o adversário.À medida que o tempo foi passando, Vargas foi trocando de posição com Rebita, outro jogador já em boa forma, confundindo o último reduto dos riachenses. E seria fruto dessa troca de posições que o Fazendense chegaria ao primeiro golo. Rebita foi derrubado frente ao banco de suplentes e ele próprio, na marcação do livre, cruzou para o segundo poste, onde Vargas foi mais rápido que todos e apesar de não ter uma estatura elevada, cabeceou com êxito para o fundo das redes de Rui Maltez.A vantagem da equipa da casa justificava-se pelo que as duas equipas tinham produzido até aí e o golo serviu também para espevitar o Riachense que, cinco minutos depois, chegou à igualdade através de Cláudio, que ganhou um cruzamento da direita e rematou com força para a baliza de Pratas, que pouco mais podia fazer.À passagem da meia hora, Vargas voltou a mostrar serviço. Ganhou em velocidade à defesa adversária, controlou a bola e rematou intencionalmente, mas a bola esbarrou na área adversária para desalento dos adeptos locais.O jogo entrou então numa toada monótona e até um pouco sonolenta que durou até ao intervalo e não se modificou no início da segunda parte. À passagem do primeiro quarto de hora do segundo tempo as coisas alteraram-se e com o golo que estabeleceu o resultado final. Desmarcado por Vargas, Rebita isolou-se frente a Maltez, fintou-o e já a perder ângulo de remate, desviou para o fundo da baliza.Pela segunda vez a perder, o Riachense reagiu e tomou conta do jogo. Cláudio Madruga, que já substituíra Negrete por Alvegas, fez entrar Kiki e Carriço, abrindo a frente de ataque, mas sem sucesso porque o resultado não se alterou.Benfica do Ribatejo ficou em último mas mostrou valorApesar de ter terminado o torneio das Fazendas de Almeirim no último lugar, o Benfica do Ribatejo mostrou que é uma equipa a ter em conta e com um pouco mais de sorte até podia ter conseguido uma classificação melhor, uma vez que perdeu apenas por um golo com o Fazendense e com o Loures só foi eliminado após a marcação das grandes penalidades.A boa réplica dos jogadores deixou o treinador da equipa satisfeito. Paulo Vítor lembra que neste torneio a sua equipa era a única do distrital e refere que a participação no torneio teve como objectivo principal testar alguns jogadores e começar a desenhar o onze base com que a equipa vai enfrentar o campeonato.“Nós somos os caloiros da distrital e estamos a arrumar a equipa de forma a permanecermos na I distrital. Agora se nos deixarem fazer mais que isso ninguém vai recusar a subida de divisão, mas o objectivo principal é a permanência”, assegurou.Paulo Vítor reconheceu que a equipa só deu má imagem porque alguns jogadores abusaram de lances violentos, mas espera que essa situação se altere, até porque vêm aí multas para os mais agressivos. “Nós vamos conversar muito acerca disso e está já um relatório preparado sobre as multas aos jogadores para evitarmos muitas situações desta natureza”, concluiu.