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Iluminado Serafim das Neves

Iluminado Serafim das Neves

Espero bem que o meu telemóvel não esteja sob escuta, como o do Ferro Rodrigues. Não é que eu tenha alguma coisa a esconder mas, muito sinceramente, não gostava de ver reproduzidas na praça pública algumas conversas que tenho com amigos e, principalmente, amigas. Naquele bocadinho de conversa entre o secretário geral dos socialistas e o António Costa, eram “pás” e “pois”, a torto e a direito. Na eventual transcrição da última edificante conversa que tive com a Silvia...bom. Não sei se aquilo podia passar na televisão, mesmo com bolinha vermelha no canto do ecrã. E será que um juiz decretaria a minha prisão preventiva com base nas baboseiradas que nós trocámos ao telelé? Se calhar a esta hora estava na fila de espera do posto internet de uma qualquer prisão de Portugal, para te conseguir mandar este e-mail. E já devia ter dado a vez a uma data de matulões peludos, com tatuagens e piercings dos pés à cabeça porque eles não paravam de se encostar a mim com a desculpa que os que estavam mais atrás os estavam a empurrar.Para o caso de alguma autoridade ter tido acesso à conversa classificada com o número 5 do meu telemóvel – Ao contrário do Ferro Rodrigues eu não faço mil e tal chamadas por dia – quero desde já esclarecer que quando eu digo nabo saloio me refiro exactamente à hortaliça com aquele nome. E que quando menciono o descascar da banana é mesmo do fruto com aquele nome que estou a falar. Por outro lado, as meloas que eu admito gostar de apalpar são verdadeiras meloas e não aquilo que possa ser imaginado. E, apesar de não parecer, quando a Silvia afirma que está disposta a dar-me o grelo, se trata de um lamentável lapso ao nível da concordância uma vez que ela queria, como me explicou, usar o termo no plural. Como sabes ela tem cá uma horta!!!Serafim. Isto aqui pelo distrito de Santarém é uma pasmaceira política. Não acontece nada e quando acontece não tem piada. Mas a coisa vai animar. Por causa das desgraças que os incêndios provocaram, está bem de ver. O Inverno não foi famoso porque não houve cheias, mas em compensação o Verão está a ser o máximo. O azar são as férias. Lá se vão as férias pró caraças, lamentam-se os nossos queridos políticos. Lamentam-se mas já começaram a aparecer por aí. Para dizer bem do Governo. Para dizer mal do Governo. Para não dizer nada de jeito. Vêm atear uns fogos políticos. Para ganharem uns minutinhos nos noticiários das televisões. Para mostrarem serviço. Para nos dar cabo da paciência. Depois das chamas, o dilúvio. Chovem políticos a torto e a direito. Da posição e da oposição. Se fosse chuva a sério extinguiam-se os fogos em três tempos. Assim, nada feito. Na segunda-feira o ministro Morais Sarmento e o secretário de Estado da Administração Local, Miguel Relvas, no caminho entre Mação e Chamusca, cruzaram-se com o incêndio que andava à entrada de Abrantes, nas bermas da A23. Por momentos pensou-se que iam parar. Que iriam arregaçar as mangas, aligeirar o nó das gravatas e avançar de ramos em punho contra as chamas. O tanas!!! Avançaram sim, mas para o discurso seguinte. Compreende-se. Não vinha nenhuma televisão na comitiva. Ao menos podiam ter ido comprar umas cervejinhas frescas para os soldados da paz. Nem isso. O país está de tanga e eles, tunga!!! Cumprem à risca a política de contenção de despesas. Serafim. Esta noite sonhei com presunto. Sandes de presunto. Presuntos pata negra. Presuntos famosos de actrizes famosas. Já li o livro de interpretação dos sonhos mas não encontrei lá nada sobre o assunto. De manhã doía-me o dedo grande do pé direito. Telefonei a um médico amigo que me diagnosticou um ataque de gota. Sou o primeiro português a sonhar com presuntos e a acordar com gota. Espero vir a ser condecorado por um qualquer instituto de investigação médica. A ser convidado por um laboratório para uma digressão pelos congressos sonde se discuta o tema. Com almoçaradas à maneira e estadias em hotéis de cinco estrelas. Na pior das hipóteses acho-me com direito à medalha de honra do Entroncamento. Sim, que isto é um autêntico fenómeno. Só espero não sonhar com marisco e cerveja nos próximos dias. Dizem que são coisas que ainda fazem pior que o presunto. E agora vou atirar-me a uma garrafa de vinho branco gelado que tenho no congelador. Um abraço antárctico doManuel Serra d’Aire
Iluminado Serafim das Neves

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