Os incêndios florestais que devastaram milhares de hectares de mato e floresta na Beira Interior vão fazer aumentar os caudais dos rios que são afluentes do Tejo, alertou o engenheiro florestal Rolando Martins.Segundo aquele técnico da Associação de Desenvolvimento Pinus Verde, de Silvares (Fundão), em declarações à agência LUSA, a situação “poderá causar problemas acrescidos às populações ribeirinhas, já no próximo Inverno”.Sem vegetação que faça a retenção da água das chuvas, os cursos de água, nomeadamente os rios Tejo e Zêzere, “vão receber caudais muito maiores”, alertou.De acordo com Rolando Martins, em muitas das áreas ardidas “havia floresta de regeneração de pinheiro bravo, resultante de incêndios de há 10 anos atrás, que não teve tempo suficiente para deixar semente para novos povoamentos”. “Em muitos dos locais já não vai voltar a crescer mata”, conclui.Além do aumento dos caudais dos cursos de água, a erosão será mais acentuada ao longo “das dezenas de milhar de hectares que ficaram a nu”, acrescentou aquele responsável.