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Câmara não cede a interesses imobiliários

Ringue desportivo de Almeirim já não vai dar lugar a prédios

O ringue do parque desportivo de Almeirim já não vai ser demolido para dar lugar a um bloco de prédios. A Câmara de Almeirim não aceitou uma troca de terrenos proposta pela empresa construtora Onoris, que adquiriu os terrenos dos antigos celeiros da EPAC, contíguos ao parque. Este é o culminar de uma situação que chegou a estar rodeada de alguma polémica, quando a vereadora da CDU, Manuela Cunha, levantou suspeitas sobre a forma como o processo estava a ser conduzido pelo presidente da autarquia, Sousa Gomes (PS).

Segundo o autarca, o processo arrasta-se há um ano, tempo durante o qual os projectistas apresentaram várias propostas. “O arquitecto inicial propunha a demolição do ringue, comprometendo-se a construir um novo noutro local. Esta situação foi discutida na câmara mas não houve uma decisão”, lembra Sousa Gomes. Posteriormente um outro arquitecto contratado pela empresa vem propor uma troca de terrenos. A ideia era a autarquia ceder o espaço ocupado pelo ringue, ao lado do pavilhão municipal e junto ao campo de futebol, recebendo em contrapartida um terreno ocupado pelos antigos armazéns dos celeiros. Situação que ia permitir o alargamento da entrada para o pavilhão, pela Rua Condessa da Junqueira, que é bastante estreita. Foi nessa altura, em meados de Junho deste ano, que a vereadora da CDU acusou o presidente de “não acautelar o interesse público”. Manuela Cunha dizia que na permuta de terrenos a câmara cederia uma maior superfície e com muito maior valor do que aquela que receberia. E chegou a classificar o assunto “como o mais escandaloso” dos últimos tempos. O presidente respondeu nesse momento que as virtudes da proposta eram o desaparecimento dos celeiros, considerados edifícios inadequados para a zona, e o “desafogo” que se ia verificar junto ao pavilhão municipal Alfredo Bento Calado. Considerava ainda que a situação ia acabar com alguns cantos mal frequentados do parque desportivo para instalação de residências. Agora que a autarquia inviabilizou as intenções do promotor imobiliário, Sousa Gomes esclarece que “nunca houve nenhuma decisão” e que apenas “foram discutidas as ideias para se tomar uma posição”. Não compreendendo assim as preocupações manifestadas pela vereadora da oposição.A decisão, tomada na reunião privada do executivo de 25 de Agosto, teve por base o facto “da generalidade dos vereadores não concordar com a demolição do ringue devido ao sentimento de afectividade que existe em relação ao equipamento”. Para além disso alguns vereadores também não concordaram com o abate de algumas árvores do parque desportivo. Agora, segundo Sousa Gomes, o construtor terá que se cingir aos terrenos da EPAC uma vez que o direito da câmara recusar a troca de terrenos “é um direito inalienável”. O projecto de construção prevê a edificação de prédios de quatro pisos (terceiro andar), sendo que o rés-do-chão é composto por uma galeria comercial. Recorde-se que o terreno em causa confina com a rua Condessa da Junqueira e Avenida 25 de Abril.

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