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31 anos do jornal o Mirante

Paulo Chora

36 anos, funcionário sindical, Santarém

“A praxe académica, no sentido de facilitar a integração de uma pessoa num grupo, com brincadeiras que ajudem a isso, é salutar. Mas tem havido alguns abusos que não fazem sentido e que não só não ajudam a integrar o estudante como ajudam a desintegrar e a criar pequenos ódios”

Alguma vez pensou em inscrever-se nos forcados?Não. Mas gosto de brincar nas picarias, de ser um dos que vai lá para o meio, mas sempre afastado do touro... Compreendo a luta dos forcados, mas os bichos sempre me impuseram algum respeito, o que leva a não me meter muito com eles.Os corpos de bombeiros deviam ser profissionalizados?Desde que não criasse dificuldades à estrutura, penso que poderiam ser. Mas julgo que seria mais complicado o seu funcionamento se não houvesse também um bom grupo de voluntários disponível para quando há situações de crise lá ir acudir.Os incêndios deveram-se só às altas temperaturas?Penso que não. Também se deveram ao desleixo na conservação da floresta, ao abandono a que a mesma tem estado votada ao longo do Inverno.Há interesses obscuros por detrás desta vaga de incêndios?Tem que haver. Fala-se na prisão de incendiários e penso que ninguém deita fogo a uma mata só porque gosta de ver coisas a arder. Tem que haver algum interesse por detrás.O Dia Sem Carros, que se assinalou em algumas cidades da região, tem algum efeito prático?Pode ter, se se quiser trabalhar nesse sentido. Por exemplo, os mini-autocarros que estão à experiência em Santarém podem ser uma boa alternativa ao carro no centro histórico, até porque parecem agradáveis e funcionais. Esse poderia ser um efeito prático. Agora, fechar o trânsito um dia só por si não resolve nada.Concorda com a proibição do lançamento de foguetes nas festas populares?Não. Concordo sim que haja maior fiscalização, que haja maior atenção e com a mobilização de bombeiros para acompanharem o lançamento. Mas acho que é uma tradição que os portugueses gostam e seria uma estupidez acabar com essa forma de diversão e com essa indústria que dá emprego a muita gente.A União Europeia está a pensar em proibir o consumo de tabaco em bares e restaurantes. Concorda?Mais uma vez, não. Que isso parta da livre vontade dos proprietários e dos seus clientes, tudo bem. A pessoa depois só tinha de escolher o que mais lhe agradasse. Eu, como fumador, seleccionaria aquele onde pudesse livremente puxar do meu cigarrinho.O que é que o atrai mais numa mulher?Os olhos, sem dúvida, é o primeiro ponto para onde reparo. Depois é a estrutura harmoniosa...Se um travesti o assediasse, como pensa que reagiria?Essa é daquelas que uma pessoa só pode responder depois de passar por ela. A mim nunca me aconteceu, mas se calhar era capaz de ficar incomodado. Provavelmente ia-me embora, mas era capaz de ficar um bocado em pânico.Comprou bilhetes para o Euro 2004?Não sou um grande fã de futebol, portanto ainda não comprei e provavelmente nem irei comprar. Mas se houver uma rapaziada amiga que se queira juntar para ir ver um desafio, até sou capaz de alinhar.Vai-se vacinar contra a gripe?Não estou incluído nos grupos de risco, por isso em princípio não.Faz algum esforço para poupar água?Tento não gastar muita. Utilizo um ou outro truque, como o de colocar uma garrafa dentro do autoclismo. Poupa-se um litro meio de água por cada descarga.Fazer a barba é um prazer, um sacrifício ou uma necessidade?Sacrifício e neecssidade. O aspecto conta um bocado, portanto convém fazer, mas é também um sacrifício porque temos que roubar pelo menos cinco minutos à cama.E usar gravata?É sobretudo uma necessidade. O que pensa do envio de militares da GNR para o Iraque?Não faz qualquer sentido. O que se está a passar no Iraque é uma invasão norte-americana com alguns aliados e julgo que Portugal se prestigiava mais em termos externos se nesta fase não tivesse enviado militares para lá. É capaz de se levantar de madrugada para uma pescaria?Para uma pescaria, propriamente, não. Mas para um convívio de amigos não teria problemas nenhuns. Não tenho paciência para estar com a cana de molho uma série de horas e muitas vezes não apanhar nada. Que opinião é que tem sobre as praxes feitas aos caloiros?A praxe no sentido de facilitar a integração de uma pessoa num grupo, com brincadeiras que ajudam a isso, é salutar. Mas tem havido alguns abusos de quem praxa que não fazem sentido e não só não ajudam a integrar com ajudam a desintegrar e a criar pequenos ódios.O Manifesto Comunista permanece actual?Sim, sem margem para dúvidas. Agora, há que o conseguir situar no termo e no espaço. Temos que ver que é um documento com mais de 150 anos, mas o fundamental, a ideia global, permanece actual.Ainda acredita na possibilidade de uma sociedade sem classes?É uma luta com um grau elevado de utopia, mas penso que é a única possibilidade que a humanidade tem de avançar.

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