A ideia não é nova mas só agora vai ser posta em prática. A cidade de Torres Novas vai deixar de deter o monopólio das feiras da Nersant, com Abrantes, Ourém e Cartaxo e repartirem o “bolo”. A aposta, afirmou o presidente da Nersant, é localizar as feiras em vários concelhos do distrito e conjugá-las com outros eventos que ocorram em simultâneo nessas cidades. A descentralização não se faz apenas porque “os habitantes de Torres Novas estão cansados de feiras” mas também para aproveitar os eventos para alargar os horizontes de influência da associação. E, convenhamos, porque salvo raras excepções, as feiras têm vindo a ter cada vez menos visitantes, embora os expositores se mantenham “fiéis”. Talvez porque, sendo a maior parte das empresas sócios da associação, sintam o “dever” de marcar presença.Numa retrospectiva de aspectos mais e menos positivos das feiras, José Eduardo Carvalho referiu que um dos factores que levou à diminuição de visitantes foi a “degradação das actividades paralelas”, feitas com o objectivo de mobilizar as pessoas. “Fazer um concerto com o Zé Cabra exemplifica bem a que ponto se chegou”, reforçou o presidente da associação.Por isso, a partir de agora a Nersant vai apostar na prata da casa, que é como quem diz em artistas dos concelhos onde os eventos se realizam. José Eduardo Carvalho afirmou que irão canalizar o dinheiro que for despendido para a actuação de nomes já consagrados “na promoção dos espectáculos”.A animação passa a ser feita por bandas jovens e também grupos de teatro do distrito. “Queremos fazer coisas diferentes, fugindo inclusivamente à concorrência, fugindo a conceitos pré-definidos e já gastos”. A Fersant vai marcar a transição para a assumpção da nova estratégia da associação. “Este ano ainda vai ser realizada em Torres Novas mas não significa que irá continuar nesta cidade, podendo eventualmente ir para Santarém, Tomar, Cartaxo”. A esta deslocação não é alheio o facto de a cada ano que passa a feira empresarial do distrito receber menos visitantes. Do lado contrário está a Autosant, a melhor feira da associação em termos de público, talvez porque é um certame vocacionado para uma área de negócio muito específica – o ramo automóvel.Mas nem só de aspectos negativos viveram as feiras da Nersant. A inovação na promoção, a qualidade das exposições, a optimização de recursos humanos e a sobrevivência destes eventos numa região com forte concorrência em termos de promoção de eventos foram algumas das marcas positivas apontadas pela associação.