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Sofia Colaço

Sofia Colaço

Professora do Ensino Básico, 27 anos, Casal de Além (Azambuja)

“Hoje a mulher é mais independente e preocupa-se em acabar o curso, ter a sua casa, o seu trabalho e só depois constituir família. A prioridade da mulher actual é criar a sua independência económica. O casamento e os filhos ficam para mais tarde”

Concorda com a taxa acrescida no serviço de táxis do aeroporto de Lisboa?Acho que não faz qualquer sentido. Já ganham suficientemente bem para virem ainda exigir esse suplemento. É ridículo. É apenas uma forma de arrecadarem mais dinheiro.Já pediu o livro de reclamações em algum estabelecimento?Já estive tentada a fazê-lo, mas nunca cheguei a esse ponto. No supermercado já me aconteceu chegar à caixa e pedirem-me um montante diferente daquele que está em promoção. Nunca pedi o livro de reclamações porque o caso foi resolvido. Mas convém sempre olhar para o talão das compras.É possível acabar com a guerra que se vive nas estradas?Não acredito que haja mudanças. Eu faço o percurso até Setúbal todos os fins de semana e tenho noção dos perigos que se vivem na estrada, de como os condutores fazem certas ultrapassagens. Os maiores acidentes são provocados por aqueles que pensam que conduzem melhor. Porque é que não se lêem mais jornais em Portugal?Penso que as pessoas não lêem porque se ligam mais à televisão. Quer ao telejornal, para saber as notícias da actualidade, quer aos comentários no final. E há aquelas pessoas que nunca tiveram o prazer da leitura e não é agora que vão incuti-lo. Preferem ver o telejornal na televisão a ir comprar o jornal.Alguns cursos superiores deveriam ser encerrados?Sim. Há uma série de cursos que deveriam ser suspensos durante uns tempos. Concorda com a propina máxima?É ridículo. É um montante exorbitante. Sendo o ensino do Estado gratuito, passa a não o ser a partir do momento em que existe uma propina de mais de 800 euros. Acaba por ser o estudante a financiar os seus próprios estudos.A entrada no ensino superior com média negativa é razoável?Claro que não. Esses alunos acabam por entrar no ensino superior, mas depois não conseguem sair, a não ser que sejam realmente bons.Quando vê alguém a deitar papel para o chão chama a atenção?Normalmente falo comigo mesma. Penso que é algo errado, mas não abordo a pessoa em questão.É possível combater a toxicodependência?A toxicodependência em Portugal já está incontrolável. Já se fizeram várias tentativas. Experimentou-se o “kit”, que teve muita adesão mas não resolveu o problema dos toxicodependentes. Só os ajudou a não contrair certas doenças. Depois falou-se em criar salas de chuto. É bastante difícil travar esta situação, nem sei como poderá ser feito. As mulheres de hoje dão mais atenção ao trabalho que à família?Sem dúvida. Hoje a mulher é mais independente e preocupa-se em acabar o curso, ter a sua casa, o seu trabalho e só depois constituir família. A prioridade da mulher actual é criar a sua independência económica. O casamento e os filhos ficam para mais tarde. O que acontece agora – e o que eu acho justo – é que o homem começa a abrir os olhos e a ajudar em casa porque a mulher também tem o seu emprego. Costuma deixar gorjeta nos restaurantes?Sim, de acordo com os trocados que tenho, mas nunca excede um euro. Sinceramente, acho que é mais por vergonha de sair e não deixar nada... (risos)O que faz falta na sua freguesia?Na minha terra falta um multibanco, cabines telefónicas, casas de banho públicas, um rancho ou uma banda que ocupasse os jovens e a conclusão do campo de futebol. Não existe um espaço verde com bancos de jardim e algumas árvores onde os mais novos possam estar sentados a conversar. Qual é o seu livro de cabeceira?Estou a ler um livro do Jorge Amado, “Dona Flor e seus dois maridos”, e vou começar depois “Os Pastores da Noite”. Era um autor sobre o qual já tinha ouvido falar, mas que ainda não tinha tido o prazer de ler. É uma escrita que requer concentração porque o autor é muito minucioso, mas estou a gostar. Prefere os romances?Gosto de ler um pouco de tudo. Aprecio um bom romance - adorei “Perfume” de Patrick Suskind – mas também gosto de policiais.Qual foi a última vez que foi ao cinema?Na semana passada. Fui ver “Piratas das Caraíbas – A maldição do pérola negra”. Achei muito interessante. Ainda não tinha lido nada sobre o filme e fiquei surpresa quando visualizei todos aqueles esqueletos. Já viu um filme português no cinema?“Capitães de Abril” de Maria de Medeiros. Gostei sobretudo porque relatava factos baseados na realidade. Fiquei muito atenta para tentar perceber melhor o que aconteceu no 25 de Abril. Acho que é uma boa lição de história.Se pudesse, para onde viajaria amanhã?Embarcava com destino a Cabo Verde. Já li bastante sobre o país, tenho amigos cabo-verdianos e estou ansiosa por conhecer aquelas praias maravilhosas e o sol. Para mim, essa seria a viagem perfeita.
Sofia Colaço

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