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“Sem condições não há feira”

A Expociat, certame empresarial de Tomar, não se realiza este ano

Pela primeira vez desde que foi criada, a Expociat - Exposição Comercial e Industrial do Concelho de Tomar, não se realiza. A Associação Industrial e Comercial, responsável pelo evento, fala da falta de condições e da fraca visibilidade do certame.

Todos os anos, no âmbito da feira de Santa Iria, a ACITOFEBA (Associação Industrial e Comercial dos concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere e Vila Nova da Barquinha) realiza uma exposição dedicada ao comércio e indústria do concelho de Tomar. Mas a falta de condições ao nível das infra-estruturas levou a que, este ano, o certame não se realize.“Na altura em que se mudou a localização da Expociat da Várzea Grande para o Flecheiro (2001) não ficaram reunidas todas as condições para a realização de um certame que definimos como uma mostra do empreendedorismo no concelho de Tomar e na região abrangida pela ACITOFEBA”, referiu o responsável da associação pela organização do evento.José Luís Fachada refere que ao longo dos últimos anos o custo das infra-estruturas não é suportado pelas receitas obtidas e, depois de várias tentativas para dinamizar o certame e torná-lo rentável, pelo menos o suficiente para assumir os encargos directos ou indirectos, decidiram suspender o evento. A razão é simples: a passagem para o Flecheiro tornou menos visível o certame e os expositores – comércio tradicional com venda directa ao público e empresas locais que apostavam na apresentação de novidades para futuros negócios, nomeadamente concessionários automóveis, empresas de equipamentos hoteleiros e equipamentos agrícolas.Os visitantes foram diminuindo – de 30 mil em 2000 para cerca de metade em 2002 – e os expositores também. No primeiro ano de realização no Flecheiro marcaram presença 31 expositores. No ano passado o número diminuiu para 17. “Sem visitantes não há visibilidade e sem visibilidade não vale a pena expor”, afirma José Luís Fachada. Ainda para mais se um stand tipo custar entre 50 a 60 euros o metros quadrado, bastante mais que em outras feiras semelhantes realizadas na região e com maior visibilidade.Além disso a feira é feita sob tendas, tendo também que se arranjar um pavimento adequado, uma vez que o chão é de terra batida.A associação tomou a decisão de não efectuar o certame sem consultar os seus filiados. “Todos os anos vivemos com os expositores, sabemos as suas queixas e reconhecemos grande parte delas”, justifica o responsável.A fraca adesão de visitantes e expositores à Expociat também tem pesado nas contas da Comissão da Feira de Santa Iria, que suporta todos os anos os encargos do evento. Em 2001, o saldo da Feira de Santa Iria (incluindo todas as actividades, dos divertimentos, à feira das passas e à Expociat) foi de perto de cinco mil euros (904 contos), com a Expociat a gerar um prejuízo de dez mil euros (dois mil contos).O ano passado as contas foram bem mais pesadas. Os quase 21 mil euros (4500 contos) de prejuízos da exposição comercial levaram a que a Feira de Santa Iria registasse um saldo final de apenas 162 euros, qualquer coisa como 32 contos.A localização e a melhoria das infra-estruturas são questões fundamentais para que a Expociat possa ter êxito. E sem estes pressupostos estarem garantidos a feira fica sem efeito. “Um certame destes tem de ter uma imagem dignificada e isso implica melhores condições”.“Ou se criam infra-estruturas próprias para um evento deste tipo ou a Expociat é uma feira para esquecer”, avisa o responsável da ACITOFEBA.

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