uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

O Mota voador

O ribatejano Luís Filipe Mota dá cartas nos Regionais de Ralis do Centro e Algarve

Luís Filipe Mota, natural de Santarém e a viver em Vale da Pinta, Cartaxo, é um dos candidatos à vitória nos campeonatos regionais de ralis do Sul e do Centro. Admirador de Carlos Sainz e Colin Mcrae, o piloto, de 43 anos, ainda sonha um dia poder fazer uma “perninha” no nacional de ralis.

Luís Filipe Mota começou a “brincar” com carros há cerca de dez anos num Renault 12 que escondia, debaixo do capot, um motor de um Renault 25 bem mais potente. Na altura já um grupo de amigos realizava corridas piratas na região do Cartaxo e ele juntou-se-lhes, participando também em corridas organizadas pelas colectividades locais de Casais Lagartos, Casais Britos e Cadaval, e numa delas chegou a ganhar 600 euros.O piloto, natural de Santarém e que actualmente reside em Vale da Pinta, no concelho do Cartaxo, sempre gostou de mexer em carros, até porque o pai tinha um ferro velho. Por isso não lhe faltou habilidade para montar e desmontar peças, direcções e carroçarias de carros. Alterar motores é que já era flor de outro rosário e a missão estava entregue aos amigos.Do puro amadorismo à competição mais a sério decorreram cinco anos. E o carro teve de acompanhar a evolução. Hoje tripula um Opel Kadett GSI que já conheceu várias modificações. Mas a mudança das provas piratas para os campeonatos regionais foi algo forçada. A Federação Portuguesa de Automobilismo acabou com as corridas “fora da lei” e teve de federar-se, numa altura em que também se tornou empresário na área dos alumínios, a profissão que actualmente exerce.A evolução nas provas foi gradual e, actualmente, segue em primeiro lugar no Campeonato Regional do Centro (CRC), composto por dez provas, quando faltam apenas três para o final. É o principal favorito à conquista do troféu, em que tem uma vantagem de 12 pontos para o mais directo perseguidor.No que respeita ao Campeonato Regional do Algarve (CRA), é o segundo classificado mas o título afigura-se complicado a uma corrida do final. “Isto quando tenho de competir contra 19 carros com tracção integral e o meu possui apenas tracção dianteira, é complicado”, explica o piloto, que gostaria de ganhar o Peugeot 307 a atribuir ao vencedor do campeonato. Um misto de condução agressiva, juntamente com a preciosa ajuda do navegador Carlos Domingos e dos preparadores do carro Manuel José Domingos e Paulo Domingos, é a combinação perfeita que torna esta equipa ribatejana numa das mais regulares dos campeonatos. A agressividade e estilo de condução de Luís Mota já lhe valeu a alcunha de “Mota Voador”, e no Sul, consegue bater o pé à concorrência, que dispõe de carros com tracção às quatro rodas. Dezanove ao todo naquela competição.Todos os apoios contamOs apoios nunca são demais quando se trata de participar em corridas. A equipa de Luís Mota tem recebido patrocínios de algumas empresas do Cartaxo, mas é com meios próprios que o piloto equilibra a balança dos custos. “Três pneus há oito anos duravam para uma prova, enquanto hoje só aguentam três troços antes de ficarem carecas”, exemplifica.A época actual está mais cara com a inclusão das provas algarvias e pode custar bastantes milhares de euros. “Não sou caçador, não fumo e não bebo. Tenho de me distrair com alguma coisa”, graceja o piloto.Com 16 corridas este ano, seis no Algarve e dez no Centro, a equipa teve fins de semana bastante agitados. Do género de fazer uma prova em traçado de alcatrão no CRC, ter de desmontar o carro, substituir peças e suspensões e partir para o Algarve no dia seguinte para uma corrida em piso de terra. A família, mulher e dois filhos apoiam-no a cem por cento, e não é pouco habitual acompanharem-no às corridas nalgum fim de semana. Os sustos são recorrentes quando se anda a 180 quilómetros hora em troços no meio de árvores. Mas o que sucedeu o ano passado no Algarve teve mais a ver com a ânsia de passar um concorrente. “Seguia num troço de 12 quilómetros. Quando estavam decorridos cinco, apanhámos o carro que partiu antes e com a pressa de ultrapassá-lo, metemos uma roda na valeta e embatemos num pedregulho. O eixo traseiro foi literalmente arrancado e não ganhámos para o susto”, recorda Luís Mota. Mas a competição em ralis também traz benefícios à “vida civil”. “As provas deram-me mais sangue frio quando sigo na estrada. Gosto da velocidade, mas sem loucuras”, assegura.

Mais Notícias

    A carregar...