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Fersant alarga fronteiras

Décima quarta edição do certame arranca hoje em Torres Novas

A Fersant começa esta quinta-feira, 16, em Torres Novas. Com 87 expositores e mais de uma dezena de empresas vindas de outras regiões do país. Mesmo em tempo de vacas magras, os expositores não rejeitaram o convite da Associação Empresarial da Região de Santarém. De quinta a domingo a festa acontece. E as entradas são grátis.

Há um mês, numa conferência de imprensa para divulgar a nova estratégia empresarial da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant), o presidente dessa estrutura dizia a propósito da Fersant que mais cedo ou mais tarde o certame teria de sair de Torres Novas porque a população já está cansada da feira empresarial que todos os anos ali se realiza. Disse também que a associação não quer que as empresas se sintam obrigadas a expor no evento só por serem associadas da Nersant.Hoje, José Eduardo Carvalho até pode estar certo relativamente ao desgaste da Fersant junto da população do concelho mas não pode estar mais errado relativamente aos motivos que levam as empresas a aderir todos os anos ao certame.Numa ronda feita pelo nosso jornal a vários dos 87 expositores que este ano estão presentes na Fersant, que se inicia hoje, percebe-se que o negócio, a visibilidade e o hábito superam a tal “solidariedade” para com a Nersant referida pelo dirigente empresarial.Este ano, mesmo em tempo de vacas magras, a maior feira empresarial da região de Santarém conseguiu praticamente atingir os objectivos propostos em termos de expositores – previa 95, estarão presentes 87. E isto apesar de cada stand tipo custar entre 400 e 450 euros (80 a 90 contos), consoante se opte pelo pavilhão B ou pelo pavilhão principal.Quem preferir alugar apenas o espaço, o custo desce para os 300 euros no pavilhão B e os 350 no A. E mais de metade dos expositores inscritos optaram por ficar no pavilhão mais caro mas também de maior visibilidade.Esta é também a edição da “internacionalização” da feira. Na Fersant 2003 estão presentes mais de uma dezena de empresas sediadas fora do distrito de Santarém. Empresas de Lisboa, Estoril, Estremoz, Palmela, Vila do Conde, Esmoriz, Estremoz e Trofa aceitaram o convite da Nersant e associaram-se ao certame.Há quem venha para mostrar novos produtos, para divulgar novos conceitos tecnológicos ou simplesmente para marcar presença. Há quem faça negócio, quem angarie contactos ou quem apenas esteja na Fersant porque acha que, fazendo parte da vida económica da região, não faria sentido deixar passar ao lado a mostra empresarial.As grandes empresas mostram o que valem, as mais pequenas tentam demonstrar que um dia também conseguem lá chegar. É óbvio que empresas como a Renova, a Central do Pego, a Tagusgás ou a Rodoviária do Tejo não estão na Fersant para vender produtos. Como disse ao nosso jornal um responsável da Tagusgás, “há alguma obrigação de fazer publicidade institucional, não ao produto mas à nossa própria existência”.Até porque o exemplo tem de vir de cima e, no caso da empresa que comercializa o gás natural na região, muitos dos seus clientes estão também representados no certame.Para Orlando Ferreira, da Rodoviária do Tejo, estar na Fersant é um custo que não se traduz na conta de resultados da empresa. “Vai-se uma primeira vez, deve-se ir sempre”, afirma aquele responsável, adiantando que este ano o stand da empresa até é minimalista – “é basicamente a dizer que existimos”.Apesar de não estar ali para fazer negócio, a Rodoviária pretende divulgar que é uma empresa tecnologicamente evoluída e apostada na qualidade. E não vai esquecer de informar os visitantes que é a primeira empresa do sector rodoviário a ser certificada com a norma ISO 9001/2000.Ainda a “apalpar” terreno está a Tremezpneus, empresa do concelho de Santarém que pela primeira vez está presente no certame. Vítor Luís, o proprietário, afirma que o seu objectivo é puramente fazer negócio, divulgando os seus produtos e dando simultaneamente a conhecer a empresa . “Vou experimentar este ano para ver como é”.A Acto, empresa de consultoria lisboeta, faz também este ano a sua estreia na Fersant. A sócia gerente, Agnes Soulard, diz ter dois bons motivos para expor em Torres Novas. A apresentação oficial de um portal para empresas do sector metalomecânico da região de Santarém é o grande objectivo da presença da Acto no certame. Sem descurar no entanto a visibilidade que essa presença lhe pode trazer em termos de contactos com potenciais clientes.A edição de 1999, a única em que participou até hoje, não trouxe grandes negócios para a Cubistral, empresa de Marinhais dedicada a caixilharias em PVC. Apesar de terem sido “esquecidos” pela Nersant nas duas últimas edições, os responsáveis da Cubistral decidiram aceitar este ano o convite, para tentar angariar clientes no norte do distrito.Ao contrário, a Parqueteliz tem feito bons negócios na Fersant. Sediada em Leiria mas com uma delegação em Caxarias (Ourém), a empresa diz que o benefício tem até agora valido o custo. “E enquanto isso acontecer, continuaremos a apostar na Fersant”.A par das empresas que em maior ou menor escala estão na Fersant para fazer negócio, há também instituições e entidades que, pelo lugar ocupado na sociedade, fazem questão de marcar presença. Como a Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCRLVT), o Centro Distrital de Segurança Social de Santarém, a Escola Superior de Gestão de Santarém ou o Centro de Recuperação Infantil Torrejano (CRIT).Sete das 21 câmaras do distrito estão também representadas. Abrantes, Alcanena, Almeirim, Cartaxo, Chamusca, Tomar e Torres Novas não estão por obrigação mas simplesmente porque foram convidadas e aceitaram o convite. Depois de anos a mostrar um concelho ligado à cultura e aos monumentos históricos, o município de Tomar decidiu este ano inovar e apostar num stand mais radical, virado para a juventude. Afinal, Tomar tem uma série de escolas secundários, uma profissional e um instituto politécnico.A imagem radical vai ser dada por actividades de BTT e uma mostra do que se pode fazer com um skate. Tudo em 18 metros quadrados.A décima quarta edição da Fersant promete ser tão boa com as dos anos anteriores. Resta saber se, como diz José Eduardo Carvalho, os torrejanos já estão fartos de feiras ou acorrem em força à Várzea dos Mesiões. A feira decorre entre 16 e 19 deste mês e as entradas são de borla...Fersant deve ficar em Torres NovasA maioria das empresas contactadas por O MIRANTE dizem preferir que a feira empresarial da região se continue a realizar no pavilhão da Nersant, em Torres Novas.De acordo com alguns expositores, uma itinerância de um certame desta natureza pode desvirtuá-lo e até descredibilizar a feira, enquanto mostra empresarial. “É melhor ter um peso pesado que muitos pesos plumas”, alerta Mário Flores, engenheiro da Tagusgás referindo-se à hipótese da Fersant mudar de local.Também para Carlos Simões, da Parqueteliz, a “feira está bem situada em Torres Novas devido principalmente às boas acessibilidades rodoviárias”.Mas há quem concorde com a sua descentralização, como Vítor Luís, proprietário da Tremezpneus – “Torres Novas é o centro de nada, a feira deveria percorrer outras cidades, ficando mais ao alcance de outros visitantes”.

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