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O crescimento económico no distrito de 1994 a 2001

(Extracto da intervenção proferida na Sessão de Inauguração das II Conferências Empresariais)

(...) Conforme se pode concluir num estudo apresentado no decorrer das II Conferências Empresariais da Região do Vale do Tejo, o distrito evoluiu de 1994 a 2001, mas ficou aquém das nossas expectativas. Houve evoluções francamente positivas:a) O PIBpc cresceu acima da média nacional e acima do Pinhal Litoral (Leiria), Oeste e da Península de Setúbal;b) A produtividade do distrito (VABpc) é superior ao Pinhal Litoral, ao Oeste, inferior à Península de Setúbal mas superior à média nacional;c) O número de empresas cresceu 37%, superior à média nacional (27%);d) Houve uma subida generalizada do poder de compra da população;e) Apesar dos ajustamentos estruturais, não diminuiu o peso das indústrias transformadoras na estrutura empresarial;f) A gestão autárquica e os agentes políticos evidenciaram grande dinamismo, tendo o investimento público realizado no distrito entre 1994 e 2002 sido de 418 milhões de contos. g) O investimento directo das autarquias passou de 7 milhões de contos em 1994 para 28 milhões em 2001, crescendo 272%.h) Constatou-se um interessante dinamismo empresarial, no que diz respeito ao investimento. De 1994 a 1999, o investimento corpóreo aplicado no distrito foi de 120 milhões de contos, tendo 84 milhões sido induzidos pelo sistema de incentivos. Nos primeiros três anos do 3º QCA (2000-2002), o investimento induzido pelo POE foi de 40 milhões de contos, mantendo-se assim a tendência verificada no 1º QCA, apesar de terem sido somente aprovadas 38% das candidaturas apresentadas (858).Todavia, há algumas situações preocupantes:a) O crescimento demográfico ficou abaixo da média anual;b) Ocorreu um crescimento moderado na habitação;c) Houve uma redução na dimensão média das empresas;d) Manteve-se o reduzido peso das empresas nas exportações: só 540 empresas exportam;e) As compras ao exterior aumentaram 85% e as vendas 60%. A taxa de cobertura das importações pelas exportações caiu de 66% para 57%. O déficit de transacção com o exterior aumentou de 38 milhões de contos para 89 milhões.f) Os processos de internacionalização de empresas são insignificantes;g) Há uma ligeira inflexão na tendência de crescimento da produtividade desde 1997.Se o modelo de crescimento proposto pelo governo se sustenta nas exportações e na captação de investimento externo, verifica-se a fragilidade e a debilidade da nossa estrutura empresarial.Face ao exposto, facilmente se percebe que o esforço que a Associação tem de desenvolver até 2006 centrar-se-á em três vertentes:· Criar condições na envolvente empresarial para captar e localizar investimento na região;· Apoiar as empresas nos processos de internacionalização;· Apoiar o tecido empresarial na vertente exportadora.Para captar investimento, internacionalizar, aumentar a base exportadora, é necessário que se encontrem soluções para assegurar a aplicação dos fundos estruturais na região. Dos 418 milhões de contos investidos nos últimos sete anos na região (não contando com o FSE, nem com o investimento das empresas subsidiadas pelo PEDIP / POE), 73% tem origem nos fundos estruturais. O mesmo se dirá dos 130 milhões de investimento privado induzido pelos fundos. Perderemos competitividade se isto não se resolver. Em 2007, quando fizermos este balanço, corremos o risco de constatar uma involução nos indicadores e no diagnóstico hoje apresentados.Precisamos de resolver isto. Em devido tempo, entendemos que deveríamos apresentar um conjunto de soluções para que as principais medidas do POE continuassem a apoiar o investimento empresarial no distrito. Os montantes de incentivos aprovados de Novembro de 2002 foram 63 milhões de euros. Previa-se um reforço orçamental, até 2006, de igual montante.Entre as soluções apresentadas, destacava-se a afectação ao distrito de Santarém do Fundo de Desenvolvimento empresarial, dotado na altura em cerca de 600 milhões de euros e que resulta dos reembolsos do PEDIP e do POE. Recentemente, ficámos extremamente agradados com as notícias divulgadas pelo Semanário Económico, no qual o Ministério da Economia pretende ultrapassar este problema através deste fundo. Se tal se concretizar, é uma acção que a Nersant aplaude e felicita. José Eduardo Carvalho(Presidente de Direcção da Nersant)

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