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Jornalismo com alma

Margarida Cabeleira*

No distrito de Santarém deve haver poucas aldeias onde um carro de O MIRANTE nunca tenha passado.

O que leva um homem a pôr o seu automóvel ao lado de um carro de O MIRANTE, em plena auto-estrada, gesticulando e fazendo sinais para o jornalista parar? O que move alguém que tranca o veículo do jornal num parque de estacionamento durante mais de uma hora para poder dar uma informação?Portugal é o país da União Europeia com maior taxa de cobertura de telemóveis, o que quer dizer que não há cão nem gato que não tenha um aparelho destes. Usa-se e abusa-se do telemóvel e mais, continua a ter-se em casa o telefone de fios. Apesar disso, uma boa parte dos leitores do nosso jornal continua a deixar bilhetes no pára-brisas do carro, com informações que começam quase sempre da mesma maneira – “caro(a) jornalista de O MIRANTE...”.Há 16 anos O MIRANTE nasceu com um objectivo – dar notícias com rosto e rosto às notícias. Um projecto ambicioso e arriscado e talvez por isso pouco credível para quem nunca teve a criatividade e o arrojo de fazer coisas diferentes. Hoje, o chamado jornalismo de proximidade é um “must” e até as televisões se desunham para nos convencer de que, em Lisboa ou em Freixo-de-Espada-à-Cinta, todos podem ter o mesmo tempo de antena.Mas nunca nenhum repórter televisivo deve ter entrado na taberna da Ponte do Celeiro, às portas de Santarém, e bebido um copo de três com o taberneiro José António, servido directamente dos garrafões. Nem enterrou os pés na terra lamacenta dos campos da Tapada, só para ver a arte da poda de Maria Correia. No distrito de Santarém deve haver poucas aldeias onde um carro de O MIRANTE nunca tenha passado. E quando em alguns locais as pessoas ainda nos olham com desconfiança à chegada, tenta-se que à partida nos venham acenar à porta ou pelo menos nos digam “até à próxima”. Porque todos os dias é dia de conquista de mais um rosto para o jornal. E de darmos rosto ao nosso projecto.“Veja lá se me arranja um jornal que aqui não há à venda”, diz um leitor, daqueles que preferem deixar bilhetes a telefonar para a redacção. “Sabe, nós por aqui ainda gostamos de saber com quem estamos a falar”. E com um dia ou dois de atraso, arranja-se sempre tempo de entregar o jornal, em mão. É a isto que se chama jornalismo de proximidade.Os que já nos conhecem vêm ter connosco quando nos encontram na rua, no café ou no supermercado. E apresentam-nos ao amigo, companheiro ou familiar. É mais um rosto a engrossar as centenas que regista semanalmente o nosso cérebro. E aquela pessoa, que por acaso só nos viu uma ou duas vezes, até consegue fazer parar um carro de O MIRANTE em plena auto-estrada só para dar um recado – “diga à sua colega que tenho notícias para ela”. Que foram dadas enquanto se saboreava um cafezinho...É por estas e por outras que O MIRANTE é lido por cerca de 80 mil pessoas. As que preferem o jornalismo com alma.*Jornalista

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