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Azambuja virada para Lezíria do Tejo

PS e PSD concordam com integração na Comunidade Urbana

O concelho de Azambuja deverá integrar a futura Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo, deixando para trás a Área Metropolitana de Lisboa (AML).Na última reunião do executivo, que decorreu na tarde de sexta-feira, 5 de Dezembro, o vereador do PSD, Jorge Lopes, apresentou uma declaração política defendendo a integração de Azambuja na comunidade da Lezíria, que a maioria socialista do executivo subscreve por inteiro.

O vereador laranja considera que o município de Azambuja é “um parente pobre de uma região rica”. Os municípios da AML já não poderão usufruir dos apoios comunitários que a vila necessita para conseguir desenvolver-se.Na opinião do eleito do PSD o peso do concelho na AML em termos económicos e sociais é fraco, enquanto que os municípios da Lezíria do Tejo têm, regra geral, uma dimensão aproximada do concelho de Azambuja e problemas de desenvolvimento económico, social e cultural similares.“Na Lezíria do Tejo o peso de Azambuja será equilibrado em relação à maioria dos seus parceiros e, se tal facto for aliado a uma gestão autárquica dinâmica, Azambuja poderá mesmo a vir assumir-se como um protagonista nesta região”, analisa.Jorge Lopes afirma que a ligação do baixo concelho a Lisboa existe apenas “por força da deslocação das pessoas casa/emprego”. A ligação de Lisboa ao alto concelho é praticamente nula e o intercâmbio é feito sobretudo com concelhos como o Cartaxo e Rio Maior. O concelho de Azambuja tem também uma personalidade distinta da maioria dos municípios da AML. “A personalidade sócio-cultural de Azambuja está ligada a tradições de vida em comunhão com a natureza, com o trabalho nos campos, de convívio entre as pessoas. Há maior afinidade com as gentes dos municípios que virão a integrar a Comunidade Urbana da Lezíria do Tejo, como sejam o Cartaxo, Rio Maior, Benavente ou Salvaterra de Magos”, refere.O vereador cita ainda um estudo que indica que o concelho de Azambuja é dos que acusam menor deslocação de pessoas na AML. “A transformação de Azambuja em mais um dormitório satélite da capital não é o caminho que o PSD defende para o futuro do concelho”.A maioria socialista da câmara subscreve integralmente a posição do PSD. “A declaração política parece uma cópia da nossa posição o que nos deixa contentes. Nesta matéria PS e PSD estão de acordo”, afirmou o presidente da câmara, Joaquim Ramos.A única voz discordante veio da CDU. “A câmara apostou numa estratégia de desenvolvimento virada para Lisboa e agora mete tudo no saco. A região de Lisboa serviu enquanto houve dinheiro”, criticou o vereador David Mendes. O eleito admite que existem algumas afinidades com a lezíria, mas lembra que o concelho já se aproximou demasiado da capital para agora recuar. “Azambuja tem vícios da Área Metropolitana de Lisboa”, afirma.A CDU só irá tomar posição pública depois de ouvir a população. “É preciso saber o que as pessoas pensam sobre o assunto. É uma questão tão importante que era merecedora de um referendo”, disse David Mendes.A escolha de Azambuja é particularmente difícil uma vez que se trata de um concelho de Charneira, integrado na Área Metropolitana de Lisboa e ao mesmo tempo na Associação de Municípios da Lezíria do Tejo (AMLT) e Associação de Municípios do Oeste (AMO). Com a nova lei o município tem que optar entre um dos organismos porque a lei não permite que integre mais que uma estrutura inter-municipal.Para já ficou marcada uma reunião informal para discutir a questão em Azambuja que, tal como Rio Maior, será um dos últimos municípios a decidir-se. O presidente da câmara não sabe quando é que o assunto poderá ser votado pelo executivo, e posteriormente pela Assembleia Municipal, adiantando apenas que a situação terá que ser definida até Março de 2004.

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