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Oposição critica política de betão

Câmara de Tomar aprova orçamento de 52 milhões de euros

A Câmara de Tomar aprovou por maioria um orçamento de 52 milhões de euros. A oposição votou contra e criticou a política virada para o betão.

Um orçamento equilibrado, mas com má distribuição de verbas. Foi assim que o vereador da oposição socialista, José Mendes, comentou os 52 milhões de euros orçamentados para a gestão do município durante o próximo ano.As freguesias são a grande aposta do executivo para 2004. O presidente do município, António Paiva (PSD), afirmou que haverá mais e melhores estradas de ligação entre o meio rural e a cidade, a distribuição de água e o saneamento básico são prioridades, assim como a educação.A maioria social-democrata garantiu que freguesias como Casais, Junceira, Alviobeira, Serra e parte de São Pedro deixarão de ter os actuais problemas na distribuição de água durante os meses de Verão e que a autarquia irá continuar para o ano a investir na construção de centros escolares. “Não iremos concluir tudo para o ano, nem para o outro, mas vamos avançar já em 2004”.A concentração de alunos num só edifício escolar irá iniciar-se para já nas freguesias de Casais e São Pedro, as mais próximas da cidade, considerando o executivo serem os casos prioritários devido ao número de alunos existentes e às condições dos estabelecimentos escolares.A melhoria da rede viária, na ligação entre as freguesias e a sede do concelho, foi outra das promessas do executivo, que não escondeu ter como prioridade as estradas a nordeste do concelho, junto à albufeira de Castelo do Bode.“Em termos de rede viária, é opção clara deste orçamento os acessos às freguesias da zona da albufeira, que são péssimos, apoiando assim também a componente turística da zona”, referiu o presidente do município durante a discussão orçamental.Apesar do discurso virado para a descentralização, a verdade é que apenas nove por cento do valor total do orçamento para 2004, isto é, 17 milhões de euros, é destinado às freguesias. A grande fatia continua a ir para investimentos dentro da cidade.Porque, como afirmou o presidente, o município tem no mínimo de conseguir manter a população e inverter a tendência de desertificação que se acentuou nos últimos anos. Uma desertificação que a oposição considera ser da responsabilidade da política imposta pelo partido no poder. Uma política assente em taxas elevadas de água, saneamento e licenciamento. Uma política de diz apostar nas freguesias mas que as esquece, “limitando-as na sua vontade de fazer mais e melhor”.O presidente do município admitiu que o concelho tem tarifas e taxas altas mas salientou que esse é o preço a pagar para repor a centralidade de Tomar em relação ao país. “Tenho a certeza que se pedir um esforço às pessoas para fazer investimentos que melhorem a sua qualidade de vida, elas preferirão fazer esse esforço”, salientou António Paiva.E para pôr Tomar no mapa, o presidente disse que não há melhor que investir em contra-ciclo, nas épocas mais difíceis. “Foi isso que fizeram em épocas passadas, com sucesso, outros concelhos”. Em 2010, garantiu o autarca, Tomar estará ao nível dos melhores concelhos do país.Uma afirmação que levou o vereador José Mendes (PS) a afirmar que o partido no poder está a exigir que sejam as gerações vindouras a colaborarem no pagamento dos actuais investimentos, hipotecando o futuro com projectos e dívidas “que são de duvidosa valia”, realçando ainda os actuais 22,7 milhões de euros de endividamento do município, dado minimizado pela maioria.Para a oposição, as palavras de presidente são um discurso já gasto, apoiado “no betão” e descurando aspectos que considera mais relevantes para o desenvolvimento do concelho como o emprego e a competitividade económica, a habitação, acção social e solidariedade social.

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