A prova, que contou com um recorde de mais de mil inscritos, teve um ritmo endiabrado, com Rui Silva a ter de se defender, durante todo o percurso, dos ataques do ugandês Boniface Kiprop, do zimbabueano Michael Mgaseke e do queniano Sammy Tun, todos jovens atletas, mas com títulos internacionais, designadamente nas competições de juniores.Desta forma, o português só quase em cima da meta garantiu o triunfo, superando em três segundos Boniface Kiprop, segundo classificado, o que lhe deu uma alegria especial: “É claro que estou muito satisfeito por mais esta difícil vitória. Dedico-a a todo o povo madeirense, que muito puxou por mim”.“Sim, é claro que para o ano espero cá estar outra vez, até porque esta é uma das melhores provas que se fazem em Portugal”, declarou o recordista de vitórias da mais antiga São Silvestre do país, suplantando neste âmbito o madeirense Joel Pinto, que há 37 anos obteve a sua última e quinta vitória.Quanto a Fernanda Ribeiro, que já antes da prova tinha avisado que poderia não se encontrar nas melhores condições devido às lesões que a têm afectado, não deixava de aparentar um ar triste no final da prova: “Estou triste, é evidente, mas já tinha avisado que não estava muito bem. Para o ano, cá estou novamente”.A vencedora, que há dois anos consecutivos, terminou sempre em segundo, afirmou-se “feliz com a prova” que venceu, achando-a “um bocado dura no início. Contudo, reconheço perfeitamente que poderia ter ficado novamente em segundo, se a Fernanda Ribeiro não se tivesse apresentado em más condições devido a lesões”, sublinhou.Policarpo Gouveia, o presidente da Associação de Atletismo da Região Autónoma da Madeira (AARAM), fez um balanço muito positivo à prova, afirmando: “Correu muito bem, tanto ao nível competitivo, como ao nível de participação”.“O Rui fez uma grande prova, com a concorrência que os atletas africanos lhe ofereceram, e a Fernanda foi segunda, mas já era esperado, porque realmente ela não estava nas melhores condições competitivas”, frisou o dirigente. De acordo com Policarpo Gouveia, embora não tivessem sido quebrados os recordes do percurso (no caso dos masculinos, por apenas um segundo), “foi notório que a prova continua a evoluir de ano para ano”.