Nó de Alverca continua atado
Brisa aguarda despacho governamental há dois anos
As obras no nó de Alverca aguardam luz verde do Governo há dois anos. As filas e os acidentes persistem quando a solução só custa 500 mil euros.
A remodelação do nó de Alverca está há dois anos à espera da luz verde do Governo. A obra, orçada em cerca de 500 mil euros (100 mil contos), é considerada decisiva para evitar acidentes e as filas diárias no acesso à Auto-estrada do Norte (sentido Alverca-Lisboa), a Vialonga, Mafra e Bucelas. Os congestionamentos prejudicam também a circulação na rotunda de acesso à N10, à CREL e à A1 em direcção a Vila Franca de Xira.Segundo apurámos, a Brisa está disposta a avançar com as obras, mas não o pode fazer sem um despacho conjunto dos ministérios das Obras Públicas e das Finanças que assuma a comparticipação financeira do Estado. O Instituto das Estradas de Portugal (IEP) aprovou o projecto e, no primeiro trimestre do ano passado, propôs à tutela que fosse apreciada e despachada a comparticipação solicitada pela Brisa. Cansada de esperar e de ouvir os protestos de autarcas e munícipes, a Câmara de Vila Franca de Xira disponibilizou-se para assumir alguma parte dos custos. Mas o nó continua por desatar e não há perspectivas do avanço da obra.Domingos Monteiro, motorista que faz diariamente o percurso, explica que o acesso à A1 a partir de Alverca e com destino a Lisboa é uma dor de cabeça. “Chego a demorar meia hora para fazer quatrocentos metros”, refere. Lucinda Marta, médica residente em Alverca e a trabalhar num hospital de Lisboa considera “inadmissível” o arrastar da situação. “Há uma solução que me parece ecomómica, não percebo este impasse. Quanto custa ao país os atrasos de centenas de pessoas todos os dias?”, questiona. A Brisa reconhece as dificuldades causadas pelo afunilamento do trânsito entre as duas rotundas. A empresa concessionária da A1 explica que elaborou o projecto de remodelação do nó e chegou mesmo a adjudicar a obra em 2002. O concurso acabou anulado depois do processo se arrastar durante meses nos gabinetes do Ministério das Obras Públicas e sem que fosse alcançado o acordo para a compra dum terreno particular.A construção do “Ramo J”, como é conhecido o projecto, vai alargar a plataforma de acesso à A 1 para quem viaja para Lisboa e vai facilitar os acessos a Vialonga, Bucelas e Mafra. Segundo alguns autarcas, o afunilamento resulta dum erro do projecto original de remodelação do nó que foi construído pela Brisa há 10 anos. A empresa detectou a anomalia e anunciou a intenção de corrigi-la em 2000, desde que o Estado financiasse parte da obra. Segundo a Brisa, o investimento não terá retorno porque não existe pagamento de portagem para quem entra em Alverca e, por outro lado, o contrato de concessão prevê que eventuais obras de melhoria das infra estruturas rodoviárias e a aquisição de terrenos para esse fim sejam suportadas pelo Estado. O MIRANTE apurou que já existe acordo com o proprietário dum terreno imprescindível para o avanço da obra. Há seis meses, a presidente da Junta de Freguesia de Alverca, Serafina Rodrigues (CDU), escreveu ao ministro das Obras Públicas, lembrando que o processo se arrasta há cerca de dois anos e realçando a importância desta obra. Semanas depois, a autarca recebeu um ofício que dava conta de que o problema está a ser analisado pelos ministérios das Obras Públicas e das Finanças. Em Novembro, a Câmara Municipal de Vila Franca transmitiu ao presidente do Instituto das Estradas de Portugal a sua disponibilidade para equacionar qualquer outra forma de envolvimento no financiamento da obra. A autarquia considera que a situação está no limite e o constrangimento existente tem de ser eliminado.
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