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Viaduto abateu seis meses após construção

Os automobilistas que circulam na EN 349-3 têm apanhado grandes sustos

Seis meses após estar concluído, o viaduto rodoviário sobre a linha do norte, na estrada que liga Tomar a Torres Novas, já está a dar problemas. O pavimento abateu em dois locais.

Quem circula na Estrada Nacional (EN) 349-3, que liga Torres Novas a Tomar, apanha um grande susto quando entra no viaduto sobre a linha do Norte, na localidade de Porto da Lage. O pavimento abateu alguns centímetros em dois locais, separados por escassos trinta metros, fazendo com que os automóveis “voem” sobre o asfalto.O viaduto, com cerca de cem metros, tem boa visibilidade, o que leva aos automobilistas a carregar no acelerador, sendo confrontados com a situação praticamente em cima do desnível do piso.“Se alguém bater aqui com o carro vai pedir contas a quem?”, questionava na terça-feira dia 30 um condutor, “obrigado” a parar para verificar se tinha partido algo, depois do seu veículo ter roçado o chão.Quem mora ali, já conhece bem o problema. E deita as culpas à empresa de construção que fez o trabalho para a Refer, no âmbito da requalificação da linha do Norte, que acabou com as passagens de nível. “Para fazerem isto mais valia terem deixado ficar as passagens de nível. São obras feitas à pressa”, desa-bafa um dos habitantes da aldeia.Na manhã de 30 de Dezembro, quando o nosso jornal esteve no local, um fiscal da Refer – dona da obra, a quem cabe zelar pela boa execução do projecto - tirava fotos às depressões no viaduto, verificando também se havia brechas ao nível da estrutura de betão. Segundo o responsável da empresa, que não se quis identificar, o abatimento da via deve-se ao facto dela ter sido aberta ao tráfego cedo demais. “Devia-se ter esperado que o pavimento consolidasse mais antes de pôr automóveis aqui em cima”.Até há poucos dias não havia no local qualquer sinalização que indicasse aproximação de depressões na via. Até ao dia em que a reportagem de O MIRANTE lá foi tirar fotografias. Curiosamente, dias depois já lá tinham sido colocadas duas placas, uma em cada sentido de tráfego, com a tal indicação da depres-são.O director de Estradas de Santarém, Alcindo Cordeiro, afirma desconhecer o problema, referindo que irá inteirar-se da situação e chamar a atenção aos responsáveis. “Situações como esta, numa obra com tão pouco tempo, não deveriam acontecer”, diz o responsável máximo da Direcção de Estradas de Santarém.Apesar de não conhecer pessoalmente a situação, Alcindo Cordeiro refere que o problema não terá tanto a ver com o timing de abertura do viaduto ao tráfego, mas mais com situações de execução da obra propriamente dita. “O pavimento deve ter abatido na transição da obra de arte (viaduto propriamente dito) para o aterro”.A situação complica-se ainda mais à noite, uma vez que em cem metros de viaduto não existe uma única lâmpada. “Seria desejável que a obra fosse iluminada em toda a sua extensão”, diz Alcindo Cordeiro, confirmando que o projecto do viaduto apresentado à apreciação do organismo que dirige não contemplava qualquer tipo de iluminação.Margarida Cabeleira

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