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Tiros nos pés e estrutura arcaica

O Estudo Porter I custou 500 mil euros e o segundo custou 350 mil euros. O primeiro teve como missão fazer um diagnóstico do sector do vinho em Portugal e detectou um sem número de dificuldades para que este se imponha no mercado internacional. Além de uma estrutura fundiária arcaica, com uma dimensão média de um hectare, existem 110 cooperativas no país, o que, no entender de Vasco d’Avillez, não faz sentido. Um dado que o presidente da CVRR, Pedro Castro Rego, corroborou, acrescentando que existe uma grande percentagem de produtores no Ribatejo com menos de cinco hectares para trabalhar.Há ainda lacunas como a falta de dimensão da maior parte das empresas, quase 43 mil, que produzem em média 250 caixas. “Abriram 30 deste género no Alentejo e com apoios do IFADAP”, denunciou Vasco d’Avillez. Para mais o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) chega a apoiar a estruturas com meio hectare, o que, para si, é dar tiros nos pés.A gestão e marketing também registam omissões e, segundo Vasco d’Avillez, há várias adegas grandes sem enólogo. Outro entrave à afirmação dos vinhos portugueses advém da extensíssima lista de castas, mais de 400 e com denominações pouco traduzíveis para inglês.A somar-se ao rol anterior, há a acrescer o baixo investimento publicitário. “A ViniPortugal dispõe de um orçamento de 4,5 milhões de euros para publicidade e há marcas internacionais que gastam quase o dobro dessa verba num só produto”, exemplificou. A exportação também não tem funcionado, sendo quase todo o vinho destinado ao mercado interno. São os emigrantes quem mais procura os vinhos portugueses, no chamado “mercado da saudade”, mas que se revela insuficiente.

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