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O autarca que não queria ser político

Manuel Magalhães dos Santos, presidente da Junta de Freguesia de Malhou

Nas últimas autárquicas, Manuel Magalhães dos Santos foi eleito presidente da Junta da Freguesia do Malhou. Foi a sua primeira incursão na política e fê-lo porque era amigo do presidente da Câmara de Alcanena e porque queria mudar algumas coisas na freguesia. Mas recusa o epíteto de político.

Natural de Turquel, Alcobaça, onde nasceu há 49 anos, o presidente do Malhou eleito pelo ICA (Independentes pelo Concelho de Alcanena) veio para Alcanena há 24 anos, por uma oportunidade de negócio.“Estava estabelecido em Alcobaça, mas andava com a mania de me estabelecer. Não queria passar a vida toda a depender dos outros. Apareceu esta casa em trespasse em Alcanena - eu nunca tinha vindo a Alcanena -, fiz o negócio e fiquei por cá. Já lá vão 24 anos. Vim casado, depois divorciei-me e casei outra vez com uma pessoa do Malhou”, conta. A opção, contrariamente a opiniões que ouviu na altura, mostrou-se proveitosa. “Não sou rico, mas tem dado para mim e para os meus. No entanto, quando no primeiro dia em que abri a loja ouvi dizer que um estabelecimento daqueles era mal empregado em Alcanena, porque as pessoas iam fazer as compras fora da vila, fiquei com dúvidas, mas arrisquei”.Amante do desporto, principalmente de hóquei, “sou de Turquel”, foi presidente, vice-presidente e vogal do Atlético Clube Alcanenense. Mas com a política nunca quis nada: “Fui várias vezes convidado para fazer parte das listas, mas como sou comerciante, tenho uma casa com porta aberta ao público, temos de nos dar bem com todos. Aceitei este projecto como independente e não como político e porque havia coisas na freguesia de que eu não gostava”, confessa.E ao fim de dois anos de ter sido eleito, afirma: “Acho que fiz bem e não quero ficar por aqui, quero fazer mais”.Ser presidente de uma freguesia onde não se nasceu não lhe tem trazido problemas, mas Manuel Magalhães diz que há grandes diferenças entre as pessoas do concelho e as da região onde nasceu: “Aqui as pessoas contentam-se com pouco, são mais críticas do que trabalhadoras. Na minha zona não nos satisfazemos com um ordenado. Não quer dizer que aqui também não haja pessoas assim, mas são menos ambiciosas, preocupam-se mais com aquilo que os outros têm e menos com aquilo que queriam ter”. A junta e a actividade profissional, tem duas lojas de pronto-a-vestir, não lhe deixam muito tempo livre. Diz que gosta de jardinar em casa e já nem sequer tem tempo para andar a cavalo: “Ainda tenho o cavalo, mas não tenho tempo para andar por aí”.Sobre o comércio tradicional considera que a situação não está fácil, mas já esteve pior: “Pinta-se um bocado, depois abriram muitas lojas, há mais lojas a abrir do que crianças a nascer. E não concordo nada com as lojas abertas ao domingo. Há países onde isso não acontece. O Governo e as associações deviam ter mão nisto. Ao domingo estou fechado, é o dia para a família”.

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