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Fogo cruzado

Nomeação de coordenador municipal de protecção civil de Salvaterra gera polémica

João António Hipólito foi o nome escolhido pela presidente da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos para coordenador municipal da protecção civil. Ana Cristina Ribeiro diz que escolheu uma pessoa da sua confiança e que o tempo lhe dará razão.

Quanto ao facto de Carlos Leonel, actual comandante dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos, se ter disponibilizado a título gratuito para exercer essa função, o que não foi aceite, a presidente referiu que isso nunca poderia acontecer porque Carlos Leonel é vereador do PS e está sempre a contestar o trabalho desenvolvido pelo executivo camarário. “Como o coordenador da protecção civil tem de estar sempre em sintonia com a presidente de câmara, esse nome nunca poderia ser escolhido”, referiu. “Além disso, Carlos Leonel é uma pessoa muito indisponível. Como vereador faltou oito meses seguidos às sessões de câmara e, como comandante dos bombeiros, justifica as suas constantes ausências às ocorrências com o facto de ser voluntário e de nada auferir”, continuou. Mas as críticas da presidente da câmara a Carlos Leonel vão mais longe, acusando-o de ser o responsável pelo facto das viaturas dos bombeiros terem andado a circular, durante anos, sem qualquer documento. Confrontado com estas críticas, Carlos Leonel disse ao nosso jornal que a única acusação que poderá ter alguma sustentação são as suas faltas às reuniões de câmara. Mas explicou que é frustrante a forma como a presidente trata os vereadores da oposição. “Sempre que fazem uma intervenção, a presidente ou está a falar ou a rir-se. A atitude e o comportamento da presidente é reprovável”, referiu. No que diz respeito ao facto de as viaturas andarem a circular sem documentos, Carlos Leonel lembrou que há uns anos era normal isso acontecer por todo o país. Finalmente, quanto ao facto de ser acusado de não ir às ocorrências, o comandante garantiu que está presente em quase todas as ocorrências com o grau de gravidade médio ou grave. Presidente dos bombeiros acusado de má féNa mesma conferência de imprensa, Ana Ribeiro contestou ainda acusações que foram feitas à câmara, na última assembleia geral dos Bombeiros de Salvaterra, pelo presidente da direcção da associação, nomeadamente quanto ao corte de um subsídio, de 500 euros mensais, que vinha sendo atribuído à anterior vereação. A autarca diz que essa informação dada pelo presidente dos bombeiros, Carlos Marques aos associados, é “falsa”. “Essa afirmação é própria de gente de má fé, que não está minimamente enquadrada com a associação”, referiu. Ana Ribeiro explicou que, em 2001, a câmara ofereceu duas ambulâncias aos bombeiros no valor de 19 mil contos. E em 2002, atribuiu um subsídio extraordinário de 1200 contos, pagos em várias parcelas, destinado a apoiar a compra de uma ambulância de transporte múltiplo, no valor de 5500 contos. “Foi um subsídio único e pontual”, referiu. “Dizer que a câmara cortou o subsídio aos bombeiros quando em 2003 a autarquia apoiou a associação em mais de 50 mil contos, só se justificará por quem ardilosamente pretende atacar quem sempre reconheceu de forma activa o valor e empenho do corpo de bombeiros”, argumentou a autarca do Bloco de esquerda. Segundo a presidente da câmara, anualmente, o município atribui aos bombeiros um subsídio de 10 800 contos, abastece sem limite as viaturas e paga os seguros de todos os bombeiros. “Em 2003, pagou 20 mil contos para a construção do futuro quartel e em 2004 pagará mais 35 mil contos”, acrescentou a presidente. Só é pena que as explicações da presidente não tenham sido prestadas em tempo oportuno, antes da publicação da peça sobre a assembleia geral dos bombeiros por O MIRANTE, conforme lhe foi solicitado, inviabilizando o esclarecimento cabal dos leitores em tempo útil.Mário Gonçalves

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