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Cadáver removido no dia seguinte

Cadáver removido no dia seguinte

Encontrado morto em casa em Alverca

O cadáver de um homem encontrado morto na sua casa em Alverca foi removido 21 horas depois e sem o acompanhamento da autoridade de saúde. Os vizinhos e amigos ficaram indignados, mas o delegado de saúde garante que a lei foi respeitada.

O cadáver de um homem de 56 anos, residente em Alverca, só foi removido 21 horas depois da confirmação da morte pelos bombeiros e GNR. A situação provocou a indignação de familiares, vizinhos e amigos da vítima que não aceitaram a demora das autoridades e concentraram-se no local durante várias horas reclamando a remoção do corpo.“Isto é uma vergonha. Uma falta de respeito”, comentou Domicilia Duarte Cordeiro, que foi colega de trabalho da vítima. Vítor Durão, antigo funcionário da Previdente, foi encontrado sem vida por um familiar na sua habitação (um segundo andar do lote 15 da Travessa José António do Carmo, próximo da antiga estação dos CTT de Alverca), na quinta-feira, 15 de Janeiro ao final do dia. O cadáver foi levantado no dia seguinte, 21 horas depois, por familiares, amigos e responsáveis de uma agência funerária. Como a urna não pode subir, dadas as dimensões da escada, o corpo foi transportado até ao rés-do-chão num saco plástico sem acompanhamento da autoridade de saúde.Os bombeiros e a GNR foram ao local na quinta-feira. Depois de confirmada a morte, foi pedida a intervenção da autoridade de saúde. Segundo várias testemunhas, o delegado de saúde, ou o seu substituto, nunca se deslocou ao local.Manuel Cebola, delegado de saúde no concelho de Vila Franca de Xira, explicou a O MIRANTE que teve conhecimento da situação, mas como se tratou de uma morte por causa natural não era necessária a sua presença e o óbito deveria ser confirmado pelo médico de família, como de resto aconteceu.João Carteiro, primo da vítima, confirmou que a certidão de óbito foi passada pelo médico assistente da vítima, Alves de Sousa que terá considerado “uma morte por causa desconhecida”. O Ministério Publico prescindiu da autópsia “por não haver suspeitas de crime”.Segundo um amigo da vítima, Vítor Durão ter-se-á sentido mal e acabou por cair e bater com a cabeça na banheira junto da qual havia uma poça de sangue. “Ele tinha um lanho grande na cabeça e foi isso que o matou. Não terá morrido há muito tempo porque o corpo ainda estava mole”, disse.Quanto ao facto do levantamento do corpo não ter sido acompanhado por uma autoridade de saúde, o delegado Manuel Cebola disse ser uma situação “normal” porque o doente não padecia de doenças infecto-contagiosas. Segundo o responsável, “só nestes casos ou em situações de suspeitas de crimes é que é obrigatória a presença do delegado de saúde ou de um médico indicado por si”.Segundo os vizinhos e alguns amigos, o homem tinha vários problemas de saúde e nos últimos dias terá dito que não se sentia muito bem.Ninguém sabe ao certo quando é que o homem morreu, mas vários amigos e vizinhos garantiram que foi visto pela última vez na terça-feira, dois dias antes da descoberta do corpo. Depois de tocarem à campainha e de ligarem para o telemóvel, sem que alguém respondesse, os vizinhos resolveram alertar um familiar para a necessidade de verificar o que se passava com Vítor Durão.O homem vivia só, desde a morte da mãe há cerca de dois anos. Curiosamente, a mãe de Vítor morreu na mesma casa de banho.Nélson Silva Lopes
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