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Hospital de Santarém nega falta de medicamentos

Associação Abraço diz que foi interrompido fornecimento a doentes com sida

O hospital de Santarém negou na quinta-feira a ruptura de stocks de medicamentos anti- retrovirais, apontada pela associação Abraço como responsável da interrupção de medicação a doentes com sida.

Em carta dirigida quarta-feira, 14 de Janeiro, ao presidente do conselho de administração do hospital de Santarém, a Abraço, associação de apoio a pessoas com sida, mostra-se preocupada com a interrupção no fornecimento de medicamentos como o Tenofovir e Nevirapina a doentes infectados que os tomavam, pedindo esclarecimentos e a resolução definitiva do problema.O director clínico do hospital de Santarém, Pinto Correia, disse à Lusa que, a acontecer qualquer ruptura no stock da farmácia do hospital, ela terá sido pontual, e assegurou desconhecer qualquer situação com prejuízo para os doentes.Pedro Marques, da direcção da Abraço, disse à Lusa que o pedido de esclarecimento feito pela associação junto da direcção do hospital de Santarém se prendeu com uma situação concreta, ocorrida há duas semanas, e relatada por um utente.Segundo disse, as faltas de medicamentos anti-retrovirais têm ocorrido de forma quase regular desde há uns meses, tendo um dos médicos do serviço de infecto-contagiosas do hospital, “numa cena pública”, ido há duas semanas à farmácia, “com os doentes atrás”, dizendo que estes não sairiam do hospital sem levar consigo a medicação.Pinto Correia confirmou essa ocorrência, mas disse tratar-se de um médico que exige o fornecimento aos seus doentes de medicação para dois meses, o que nem sempre é possível garantir no momento.Segundo disse, tem acontecido a farmácia do hospital não dispor de um medicamento na altura, disponibilizando-o, no máximo, no dia seguinte, não sendo normal que um doente deste tipo vá à consulta no último dia da medicação de que dispõe. Para o director clínico do hospital de Santarém, a Abraço está a “empolar” a situação.O responsável pede ainda que lhe seja indicado se há algum doente em concreto que não esteja a fazer a medicação porque o hospital não lha forneceu e sublinha que não tem qualquer queixa escrita nesse sentido.A Abraço adverte que a “ruptura continuada de existências e a suspensão do fornecimento aos doentes”, obrigando-os a suspender uma medicação para a qual não têm alternativas, gera “o grave risco, pessoal e de saúde pública, de criação de resistências e de vírus resistentes aos medicamentos”.Para a Abraço, situações como esta “parecem querer apoiar pressões” que visam “desacreditar as farmácias hospitalares”, disponibilizando os medicamentos anti- retrovirais nas farmácias privadas.O MIRANTE/Lusa

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