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Portugal não pode falhar

Secretário de Estado do Desporto esteve em Abrantes para falar do Euro 2004

A organização do campeonato europeu de futebol é um teste à capacidade de todo o povo português e o nosso país não pode falhar, sob pena de comprometer a sua imagem internacional. Esta foi a ideia base que saiu do colóquio “Euro 2004, um fenómeno de comunicação”, promovido pela Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), e que contou com a participação do secretário de Estado da Juventude e Desportos e dos jornalistas Rui Tovar e Sérgio Soares.

Sintetizando os pressupostos base que justificam a realização do Euro 2004 em Portugal, o secretário de Estado da Juventude e Desportos disse que, com esta competição, Portugal tem de melhorar e aumentar a prática desportiva e as infra-estruturas existentes, ao mesmo tempo que tem de garantir um retorno económico do esforço financeiro que foi feito pelo Estado.Segundo Hermínio Loureiro, o sucesso da organização portuguesa está dependente de um conjunto de factores que não podem falhar, dos estádios à segurança, passando pela hotelaria, sistema de transportes, rede viária, hospitais e até a economia. Fundamental é também o sucesso desportivo da nossa selecção, sector onde o membro do Governo afirmou que jogadores, técnicos e dirigentes respiram confiança e têm uma ambição enorme.O Europeu de futebol vai ser visto, segundo as estimativas, por dez mil milhões de telespectadores dos quatro cantos do mundo e vai trazer a Portugal quase quatro mil jornalistas, que além do futebol, mostrarão também o bom e o mau do nosso país. Adeptos serão cerca de 350 mil, número que subirá para perto de meio milhão de pessoas, se se tiver em conta que muitos espectadores vão trazer as famílias, que embora não vão aos estádios, vão ficar alguns dias a viver entre nós.É por isso que o secretário de Estado refere que a responsabilidade de passar uma imagem positiva de Portugal é de todos os portugueses. Dos taxistas que transportam os jornalistas e turistas do aeroporto aos hotéis aos recepcionistas, passando pelos comerciantes e pela forma como o cidadão comum dá uma simples indicação de uma estrada, tudo é fundamental para a promoção do “passa a palavra”, ou seja, para que os visitantes digam aos amigos que estiveram cá e gostaram, promovendo o nosso turismo.Falando em mobilização geral, Hermínio Loureiro, apontou o perigo para a imagem de Portugal se se concretizarem as ameaças de greve feitas por várias classes profissionais para o período do Euro, uma arma de arremesso cada vez mais ouvida, mas que, em seu entender, é um erro e não ajuda nada a dar a imagem de um pais moderno.O jornalista da RTP, Rui Tovar, apelidado entre os colegas por “senhor enciclopédia”, dados os seus conhecimentos desportivos, foi outro dos presentes no colóquio da ESTA. Mostrando-se confiante que no sucesso da organização do evento, o jornalista criticou apenas o exagero da construção de dez estádios, lembrando que em 1996, o Europeu realizado na Inglaterra disputou-se em apenas sete estádios e alguns deles com cerca de um século de vida.Fazendo um historial da nossa candidatura, Sérgio Soares, jornalista desportivo da Agência Lusa, lembrou que 70 por cento dos portugueses apoiaram a realização do Euro e destacou os elevados números de páginas impressas e milhares de horas de rádio e televisão que vão ser dedicadas à competição e ao nosso país sobretudo durante os meses de Junho e Julho.No período de debate, as perguntas de alguns dos cerca de 150 estudantes da ESTA que quase enchiam a sala de conferências daquele estabelecimento de ensino frisaram sobretudo a temática do excesso de investimento dos estádios em detrimento de outros investimentos, por exemplo nas áreas da saúde e educação.Na resposta, o secretário de Estado lembrou que os dez estádios foram também um argumento para se ganhar a candidatura e disse que a construção dos mesmos foi importante para o sector da construção civil. Segundo disse, actualmente há empresas portuguesas que participaram na construção nos novos estádios que se estão a candidatar à construção de grandes estruturas desportivas no exterior.O debate inseriu-se no III Encontro de Comunicação da ESTA, e foi moderado por José Peixe, jornalista e professor naquela escola inserida no Instituto Politécnico de Tomar.

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