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Só uma equipa jogou para vencer

Só uma equipa jogou para vencer

Campeonato Nacional da III Divisão – Série D - Abrantes venceu Riachense num derbi com pouca emoção

Abrantes e Riachense disputaram, no domingo, um derbi pouco emotivo. Só a equipa da casa jogou para vencer. Os comandados de Cláudio Madruga apenas tentaram defender e levar o pontozinho do empate. Assim o resultado só não foi mais desnivelado porque na baliza riachense esteve um Galrinho quase intransponível, e porque os avançados do Abrantes estiveram em tarde completamente desastrada.

O Abrantes-Riachense era um dos jogos mais esperados da jornada 18 da Série D do Campeonato Nacional da III Divisão, mas acabou por defraudar as expectativas. A equipa visitante até entrou bem no jogo, nos primeiros quinze minutos, conseguiu pôr em sentido a equipa comandada por José Vasques, mas cedo se viu que isso tinha a ver com o esquema defensivo assumido pelo técnico Cláudio Madruga, que apostava, sobretudo no povoamento do meio campo e no reforço da zona mais recuada do terreno. A equipa da casa levou algum tempo a adaptar-se a esse esquema. Por isso, logo aos 12 minutos, na marcação de um livre directo, Miguel Cunha obrigou Vítor Bernardes a uma defesa apertada para canto e, na sua marcação, Conde entrou de cabeça e falhou por pouco a baliza. A partir dos quinze minutos, o Abrantes começou a assenhorar-se do comando do jogo. As oportunidades de golo para a equipa de José Vasques começaram a surgir em grande número. Logo à passagem dos 15 minutos, Pombo executou um remate forte à entrada da área, Galrinho efectuou uma grande defesa, Milton ainda introduziu a bola na baliza, mas o lance foi anulado por fora de jogo do avançado do Abrantes.Começava aí também a grande exibição de Galrinho que, ao longo dos noventa minutos de jogo, defendeu tudo o que tinha defesa. À passagem da meia hora, Telmo, em jogada individual, entrou na área e atirou forte, para uma excelente defesa do número 12 do Riachense. Sete minutos depois, mais uma grande jogada de ataque do Abrantes, com Milton a desmarcar Hamilton no centro da área e este a corresponder com um remate forte, mas a ver Galrinho a negar-lhe o golo, que já se preparava para comemorar.O festival de defesas de Galrinho tinha começado e a tendência perdulária dos atacantes do Abrantes intensificava-se. Notava-se então alguma falta de qualidade nos passes, no último terço do terreno, por parte da equipa comandada por José Vasques. Contudo, ainda antes do intervalo, o guarda-redes do Riachense voltou a brilhar ao defender um forte remate de Milton.O final da primeira parte chegou com um empate no marcador, resultado que premiava a actuação de Galrinho e penalizava os avançados do Abrantes. Mas a equipa da casa entrou, na segunda parte, praticamente a ganhar. Ainda não tinham decorrido quatro minutos depois do reinício quando, na marcação de um livre directo, Sérgio Morujo, com um remate colocado, bateu Galrinho.Esperava-se então alguma reacção do Riachense, mas ela não chegou. A toada do jogo continuou igual, com a equipa forasteira a defender a todo o custo, e o Abrantes a desperdiçar várias oportunidades de golo, como aconteceu aos 52 e 53 minutos. Primeiro uma grande defesa de Galrinho e depois com uma perdida incrível de Milton.Vítor Bernardes teve uma tarde descansada e foi quase um mero espectador. Só já muito perto do fim, aos 88 minutos, se viu em apuros quando Nuno Paulo lhe apareceu isolado à frente. Mas o atacante riachense atirou por cima da barra. Assim a vitória do Abrantes foi, naturalmente, justa e só pecou por escassa.O árbitro que veio de Leiria teve uma actuação estranha. Não teve influência no resultado, mas tanto apitava a assinalar faltas duvidosas como deixava passar em claro outras por demais evidentes, não demonstrou por isso grande categoria.Responsáveisdo Riachensenão falamà imprensaNo final do jogo os responsáveis do Riachense recusaram deslocar-se à sala de imprensa para dar algumas explicações sobre a derrota da sua equipa. Contrariamente ao que se possa pensar, não foi uma falta de respeito para com os órgãos de comunicação social presentes, mas sim para com os adeptos do seu clube que não puderam estar presentes em Abrantes, e que assim se viram privados de saber porque é que a sua equipa vai já na terceira derrota consecutiva.Por sua vez, coube ao treinador adjunto do Abrantes, Paulo Renato, explicar porque foi tão difícil marcar golos. E o técnico não teve qualquer problema em assumir que “faltou qualidade na finalização”. Mas também porque se notou alguma ansiedade na equipa por estar a disputar um derbi.Paulo Renato referiu também que o sofrimento se ficou a dever a culpas próprias. “Criámos oportunidades de golo que, em condições normais, davam para golear”. O técnico do Abrantes referiu ainda que a contratação de José Luís visou colmatar a saída de Carlos Ferreira. “O José Luís só veio porque, com a saída de Carlos Ferreira o plantel ficou reduzido a apenas 17 jogadores e, por isso, impunha-se a sua contratação, para ficarmos pelo menos com um conjunto de dezoito jogadores, o mínimo para podermos continuar a discutir o campeonato”.Médio ofensivo, José Luís,apresentado como novo reforço do Abrantes“Não gosto de perder nem a feijões”No intervalo do jogo com o Riachense, o Abrantes Futebol Clube apresentou o novo reforço do seu plantel. Trata-se de José Luís, um médio ofensivo, de 28 anos, que já passou pelo escalão mais alto do futebol nacional, onde fez mais de meia centena de jogos ao serviço do Salgueiros e do Campomaiorense. José Luís vem colmatar a vaga deixada em aberto pela saída de Carlos Ferreira, para o Portosantense, e confessa-se motivado para ajudar o Abrantes a subir de divisão. “Estamos em primeiro, os meus novos companheiros já mostraram que têm valor para lutar pela vitória, e eu garanto que os vou ajudar a chegar ao fim, em primeiro porque não gosto de perder nem a feijões” garantiu.José Luís estava ao serviço do Moura, equipa alentejana que milita na série F da III divisão nacional, e que não atravessa um bom momento quer desportivo, quer financeiro e, por isso, a sua saída para o Abrantes aconteceu porque lhe foi apresentado um projecto credível e muito ambicioso. “Gosto de aceitar desafios fortes e os dirigentes do Abrantes, que foram muito correctos e honestos comigo, apresentaram-me um projecto aliciante que eu não podia recusar”, referiu José Luís.O novo reforço da equipa comandada por José Vasques confessou-se satisfeito com o que já viu no seu pouco tempo de estada em Abrantes. “Já deu para ver que as condições que o Abrantes coloca à disposição dos seus jogadores são até melhores do que as que são dadas por alguns clubes da primeira liga e, por isso, também nos sentimos apoiados para lutar pelos objectivos. Vou ficar aqui até ao final da época e espero conseguir corresponder à confiança que em mim depositaram”, disse o novo reforço do Abrantes.Quanto ao facto de não se ter conseguido fixar em clubes da Primeira Liga, José Luís garante que não foi por falta de valor, mas referiu que as coisas não são assim tão fáceis como isso. “A concorrência é muito forte, mas se eu lá cheguei foi por ter valor, e o futebol é assim. Um dia estamos no alto, no outro estamos mais em baixo, no entanto continuo a ser o mesmo jogador e com certeza que vou mostrar isso aqui em Abrantes”.
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