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Vereador socialista de Tomar abandona pelouro

Vereador socialista de Tomar abandona pelouro

Fernando Santos acusa Paiva lhe retirar confiança política

O vereador do PS Fernando Santos renunciou na última segunda-feira ao pelouro do turismo que lhe tinha sido atribuído pelo presidente da câmara por “falta de condições políticas”.

Ao longo de nove páginas de comunicado, lido na íntegra na última reunião do executivo da Câmara de Tomar, o vereador socialista Fernando Santos justificou a sua decisão de abandonar o pelouro do turismo com o que chamou de “falta de condições políticas de trabalho”.Como vereador da oposição, Fernando Santos afirmou não se rever no modo de funcionamento do executivo social-democrata, nem poder tolerar “o método do facto consumado”, de ocultação de informação e ausência de debate sobre as grandes questões do desenvolvimento do concelho.Afirmando que aceitou de boa fé o convite para assumir o pelouro do turismo, por acreditar que era sua obrigação não permanecer no executivo como simples observador, o vereador socialista disse não encontrar, dois anos passados, explicação fácil para algumas incongruências que “permanecem e se acentuam” na gestão camarária.Fernando Santos não entende porque, “ao contrário do que seria de esperar”, não lhe cabe a representação da câmara na Região de Turismo dos Templários; porque nunca lhe coube qualquer papel ou intervenção no processo referente ao Plano de Ordenamento da Albufeira de Castelo do Bode; porque não teve conhecimento da visita de diversas individualidades nacionais e estrangeiras, directamente relacionadas com o turismo, não sabendo ainda hoje os resultados dessas visitas ou sequer os assuntos que trataram.O vereador acusou também a maioria social-democrata de esvaziar o turismo de competências que no passado lhe cabiam, como as piscinas, o parque de campismo e os monumentos, transferindo essas competências para outros vereadores.Além de se sentir marginalizado, o vereador referiu-se ainda ao “boicote” que alguns serviços camarários têm feito sua actuação, pelo facto de ter sido eleito pela oposição, nomeadamente por parte de um assessor político, cujas interferências o “diminuíram” e “ofenderam” como vereador com competência delegada.Fernando Santos recordou ainda as instalações deficitárias onde se situa actualmente a área do turismo, “o rés-do-chão do edifício do turismo onde não há espaço para nada”. “Não sinto, por tudo o que afirmei antes, que exista confiança política entre o presidente e o vereador”.O abandono de responsabilidades camarárias por parte do vereador socialista deve-se também a divergências quanto à estratégia política seguida pelo executivo em diversas outras áreas, como a não transferência de competências para as freguesias, a falta de acessibilidades externas à cidade, o reduzido investimento em habitação social e a ausência de uma estratégia sustentada para o concelho.O presidente do município, António Paiva (PSD), que se mostrou surpreendido com a decisão do vereador, referiu-se ao comunicado de Fernando Santos como “um bom documento de reflexão”, admitindo que há assuntos que têm dividido a maioria PSD e a oposição PS, como a delegação de competências para as juntas de freguesia ou a subida dos impostos municipais.António Paiva aceitou, todavia, as críticas feitas à reestruturação administrativa efectuada na autarquia, admitindo que há alguns assuntos que não estão a ser tratados como deveriam.O presidente decidiu entregar o pelouro do Turismo ao vereador da maioria Ivo Santos, que tem já a seu cargo as feiras e mercados e biblioteca, a juventude, o lixo e as publicações.Em declarações ao nosso jornal Ivo Santos referiu que o turismo é um desafio aliciante, uma vez que se trata de um pelouro com uma importância estratégica para o executivo PSD.
Vereador socialista de Tomar abandona pelouro

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