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PJ reforça a acusação

Julgamento de burla nas portagens continua em Vila Franca
Uma inspectora da Polícia Judiciária (PJ) confirmou a acusação no processo de burla na Brisa, reafirmando que os portageiros desviavam títulos, apropriando-se do seu valor.“Os portageiros recebiam diariamente cerca de dez títulos”, disse a inspectora Ana Bernardo, durante o depoimento que prestou na segunda-feira no julgamento do mega-processo de apropriação de dinheiro nas portagens da Brisa, a decorrer em Vila Franca de Xira e que senta no banco dos réus 41 arguidos.Os arguidos, 36 dos quais funcionários da Brisa, respondem pelos crimes de peculato continuado e associação criminosa (37 arguidos) e, de acordo com a acusação, retiravam títulos de portagem a custo zero ou a baixo custo nas vias isentas de pagamento (como era o caso da Circular Regional Externa de Lisboa - CREL -, na altura). De acordo com a acusação existiam “estruturas” distintas, uma das quais liderada por um casal, constituído por um operador principal de posto de portagem e pela companheira, empregada bancária reformada, outra por um portageiro da Brisa há 23 anos, que actuava com o apoio de familiares.A inspectora adiantou que existe uma gravação de vídeo onde é possível ver a empregada bancária reformada “a retirar 70 títulos de uma vez” das portagens da CREL e que, relativamente ao portageiro da Brisa, “chegaram a ser registadas situações onde se verificava que os filhos deste arguido retiraram mais de cem títulos”, também de uma só vez.A investigadora realçou ainda o facto da maioria dos arguidos não ter canalizado os proveitos obtidos através da apropriação ilegítima de dinheiro da Brisa para a aquisição de bens e imóveis, mas para gastos do dia-a-dia.“Algumas pessoas viviam muito acima das possibilidades permitidas pelo seu salário”, frisou. A PJ registou depósitos regulares de elevadas quantias em numerário nas contas bancárias de alguns arguidos.A investigação da Polícia Judiciária recorreu muitas vezes a escutas telefónicas, que considerou esclarecedoras já que os arguidos não recorriam a linguagem em código e falavam à vontade.Segundo a inspectora da PJ, a Brisa sabia do que se estava a passar, embora nunca o tivesse conseguido provar.”Ao fim desses anos decidiram participar à polícia”, afirmou.A empresa, que se constituiu assistente no processo, reclama uma indemnização de 1,7 milhões de euros.

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