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Quinze anos de abandono

Quinze anos de abandono

Obras no pavilhão desportivo de Minde reiniciaram-se

Ao fim de 15 anos de imbróglios a conclusão do pavilhão desportivo de Minde arrancou finalmente. Mas a obra pode voltar a parar se o Governo não garantir parte do financiamento.

Depois de 15 anos ao abandono, o pavilhão gimnodesportivo de Minde, concelho de Alcanena, parece finalmente poder ser acabado. As obras de recuperação do que há anos tinha sido construído iniciaram-se no final do ano passado, sob a chancela da câmara, e têm conclusão prevista para Setembro de 2005.Mas a obra pode parar novamente se a autarquia não conseguir arranjar financiamento para parte da construção. Neste momento, o município está a encetar esforços no sentido de sensibilizar o poder central para esta obra, cuja finalização já se arrasta há quase duas décadas. No Governo de António Guterres, a Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DREL) e o município de Alcanena chegaram a um acordo relativamente à conclusão do pavilhão. Na altura ficou acordado que a entidade governamental comparticiparia financeiramente, obtendo como contrapartida a utilização do pavilhão pelos alunos da escola EB 2.3 de Minde.O problema é que nunca houve nada assinado, mas apenas um compromisso verbal. O Governo mudou, a direcção da DREL também e o aperto de cinto fez rever algumas prioridades. Na última terça-feira, a directora do organismo, Isabel Soares Carneiro, afirmou ao nosso jornal “não existir qualquer compromisso com a Câmara de Alcanena” relativamente à construção do pavilhão desportivo de Minde.Uma posição que o presidente do município não entende. Luís Azevedo referiu ao nosso jornal que, no início de 2003, logo após a tomada de posse do Governo PSD, a nova directora da DREL garantiu, “numa reunião onde todo o executivo camarário esteve presente”, que iria assumir os compromissos do antigo director, mantendo a decisão por ele tomada de apoiar financeiramente o projecto.O problema, diz Luís Azevedo, é que a DREL já fez saber que este ano não tem condições financeiras para comparticipar a obra. “Esperamos que o financiamento seja assegurado em 2005”, refere o edil, adiantando que neste momento é a autarquia que está a custear a obra, cujo valor total ascende a 771,6 mil euros.Para que o pavilhão pudesse ter financiamento da DREL, a titularidade do pavilhão teve inclusivamente de passar do Vitória Futebol Clube Mindense, o anterior proprietário, para a autarquia.O valor está devidamente orçamentado, mas Luís Azevedo admite que a câmara ficará em situação difícil se o Governo não avançar com a verba em 2005. “Teremos de renegociar com o empreiteiro as condições da obra e, em último caso, parar a construção”. Seria a segunda paragem forçada por falta de dinheiro. Em 1989, as obras do pavilhão pararam porque, nessa altura, a então denominada Direcção Geral de Ordenamento do Território (DGOT) não avançou com o dinheiro para a segunda fase da obra. E durante 15 anos o edifício semi-construído ficou abandonado, tendo nos últimos anos servido de poiso aos toxicodependentes da região.A Câmara de Alcanena tem sido ao longo dos anos duramente criticada pela oposição, por não acabar uma obra que já tem mais de uma década. E as críticas subiram agora de tom, depois de se ter conhecimento que o município vai avançar com um outro pavilhão – denominado pavilhão multiusos – a construir em Alcanena.O projecto tem prazo de conclusão previsto muito menor (240 dias) e valor superior (1,250 milhões de euros) ao pavilhão de Minde, o que leva a oposição a questionar as prioridades da maioria camarária.O presidente da câmara diz, no entanto, que para o pavilhão multiusos a autarquia já tinha contratualizado vários empréstimos bancários e que irá tentar obter algum financiamento comunitário, numa próxima revisão do III Quadro Comunitário de Apoio.Margarida Cabeleira
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