uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante

Desculpas ficam na gaveta

Maioria socialista na Assembleia Municipal de Almeirim chumba propostas da oposição
O PSD e a CDU apresentaram moções na Assembleia Municipal de Almeirim nas quais exigiam um pedido de desculpas do presidente da câmara e da assembleia municipal, ambos eleitos pelo PS, às educadoras do novo jardim-de-infância de Almeirim. A maioria socialista acabou por rejeitar as moções.Em causa estão as declarações de, respectivamente, José Sousa Gomes e Armindo Bento, relativas ao atraso na abertura do novo equipamento escolar. A situação reporta-se às posições desses autarcas na assembleia municipal de Setembro de 2003, onde acusaram as educadoras de não quererem trabalhar. Conforme noticiou O MIRANTE na edição 25 de Setembro de 2003, a nova escola pré-primária de Almeirim abriu uma semana depois da data prevista. O edifício foi inaugurado com pompa e circunstância no sábado, dia 13 daquele mês, e devia ter aberto na segunda-feira seguinte. No entanto, as aulas só começaram no dia 22, devido, segundo as educadoras, à falta de material pedagógico. Para o presidente da câmara, José Sousa Gomes (PS), a situação ficou a dever-se a uma “birra” das profissionais do estabelecimento. Mas agora veio a saber-se que foi a vereadora com o pelouro da educação, Joana Vidinha (PS), quem propôs o adiamento do início do ano lectivo. Isso mesmo é revelado numa carta enviada à assembleia pelo conselho executivo do agrupamento escolar Almeirim/Tapada onde se refere que foi a vereadora que propôs o adiamento, uma vez que ainda não tinha sido entregue o material didáctico para a escola. Segundo essa carta, os pais foram avisados que o jardim-de-infância abriria no dia 22 de Setembro. Até porque algum material só tinha chegado no dia 18. E apenas em 1 e 14 de Outubro, explica o conselho executivo, foi entregue o restante material. No dia 22 de Setembro, “com uma percentagem insignificante de material didáctico”, as educadoras iniciaram o seu trabalho com as crianças, “mostrando o seu profissionalismo e sensibilidade face aos problemas das famílias”, diz a carta onde se defende as profissionais da educação. Perante estas explicações as bancadas do PSD e da CDU consideraram exageradas as declarações feitas na assembleia municipal do ano passado em que o assunto foi abordado. E consideraram que as profissionais foram “ofendidas na sua dignidade pessoal e profissional”. Recorde-se que na altura o presidente da assembleia, Armindo Bento, disse que as educadoras tinham tido uma “atitude inqualificável e nada dignificante”, ao não abrirem a escola no primeiro dia de aulas. Enquanto o presidente da câmara, Sousa Gomes, salientou que a falta de material não o impediria de dar aulas. “Valia mais estar calado”, comentou José Alfaiate da CDU. “Este caso revela incapacidade de um elemento do executivo”, acrescentou aquele deputado municipal na última sessão da assembleia. Já o PSD não teve pejo em dizer que a responsabilidade política foi da vereadora da Educação, Joana Vidinha (PS), que, no seu entender, até à data não se explicou nem teve coragem de assumir que propôs um adiamento na abertura das aulas. O presidente da câmara, em resposta às acusações, apenas disse que “a escola está a funcionar em perfeita estabilidade e isso deve-se à competência das pessoas que lá trabalham e às boas instalações que colocámos à disposição”. Na hora dos votos a maioria PS inviabilizou a aprovação das moções. A justificação dos socialistas surgiu pela voz de António Pisco que considerou que não tem de ser um partido político a pedir desculpas, porque se trata de uma “falha de comunicação entre órgãos”.

Mais Notícias

    A carregar...