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Futuro passa pela AIP

José Eduardo Carvalho quer deixar a “casa” arrumada antes de sair
José Eduardo Carvalho é o rosto da Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) mas essa situação poderá ser alterada em breve. Em entrevista ao nosso jornal, o líder da associação admite que o seu futuro possa passar por Lisboa, tendo um papel mais relevante na Associação Industrial Portuguesa (AIP), de que é vice-presidente. “Estou a ser fortemente pressionado para começar a desempenhar na Associação Industrial Portuguesa (AIP) funções de maior relevância”, refere José Eduardo Carvalho, admitindo que será difícil conciliar as duas funções. Apesar desta ser uma certeza, o timing para deixar a Nersant ainda não está definido. “Pode nem ser sequer neste mandato”. De qualquer modo, José Eduardo Carvalho quer deixar a “casa” arrumada e já definiu novos objectivos de gestão para os vários núcleos da associação. “Os núcleos vão ter de fazer determinado número de actividades, a angariar determinado número de sócios e patrocínios”, refere, adiantando que vão deixar de ser apenas braços da Nersant que “fazem umas coisas de vez em quando”. “Têm de ter outra dinâmica”. A ida de José Eduardo Carvalho para Lisboa deverá acontecer só depois de terminado o processo que a AIP tem em mãos - reduzir o número de associações empresariais existentes em Portugal. “Está-se a tentar que, no espaço de cinco anos, das 648 associações que temos no país fiquem apenas umas quatro dezenas”. O presidente da Nersant afirma que o desenvolvimento do país não se mede pelo número destas associações. “Não dão poder aos empresários, fragmenta a sua influência e não servem as pessoas que inicialmente se pensa que podem servir”. A AIP quer que as associações comerciais passem para o universo de associações empresariais como a Nersant, uma posição que José Eduardo Carvalho não compartilha. “Sempre fui contra essa perspectiva e está a custar-me engolir a posição da AIP”. Afirma ter definido para a Nersant uma estratégia de crescimento e de visibilidade que não passou pelo aumento da representatividade em número de sócios - “o que me vale ter dez mil sócios que me paguem uma quota de cinco contos?” .A estratégia passou por incluir nos órgãos sociais da Nersant grandes empresas instaladas na região. Dedicado a cem por cento ao associativismo empresarial, José Eduardo Carvalho diz que a vida política não o fascina e que só com muitas alterações legislativas seria um dia candidato à presidência de uma câmara. Mas se houvesse uma outra forma de descentralização que não a criação de comunidades urbanas, o presidente da Nersant não nega o interesse em presidir a uma região. “Acho que tinha algum jeito nestas questões do desenvolvimento económico e regional”. Uma hipótese remota, já que não é este o caminho da descentralização escolhido pelo actual Governo.

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