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“Um trabalho espectacular”

Elogios a Miguel Relvas no processo de criação das comunidades urbanas
O que pensa do processo de descentralização implementada pelo Governo?Estou cem por cento de acordo com a proposta e com o trabalho desenvolvido pelo secretário de Estado da Administração Local Miguel Relvas. Tem sido um trabalho espectacular, é uma reforma que desde Mouzinho da Silveira não se faz, que de forma pacífica está a mexer com o país, atingindo consensos onde era extremamente difícil consegui-los. Era bom que noutros ministérios se trabalhasse assim. Tem sido unânime o reconhecimento do excelente trabalho que o Miguel Relvas está a fazer. Verifico isso em todo o lado.O que é que as comunidades urbanas podem trazer de valor acrescentado em termos de desenvolvimento económico?Estive recentemente em Itália onde fui convidado a estudar a for-ma de organização do sistema produtivo e de organização territorial. E vi coisas que me levam à conclusão que estamos afastados de Itália para aí 20 anos em muitas coisas. Quais são as diferenças?Têm um sistema de organização regional mais avançado que o nosso. Estas estruturas intermédias estão dotadas de orçamentos que têm um papel fundamental no desenvolvimento económico. Estão organizados por fileiras produtivas, os chamados distritos industriais. Em cada zona há uma empresa grande e depois o resto das empresas trabalha em regime de sub-contratação. Uma pequena empresa destas, com 20, 30 ou 40 trabalhadores, só sobrevive com inovação e desenvolvimento tecnológico. E quando precisa de fazer inovação no processo produtivo chega a uma entidade, paga pela sua estrutura regional, e faz a inovação de borla. O é que nós aqui temos? Nada! Se queremos fazer inovação tem de se pagar balúrdios a um instituto qualquer que até está pouco vocacionado para isso.Esse é um aspecto que falta nesta política de descentralização?A descentralização está a ser muito bem feita mas a partir de agora devia começar a perceber-se como é que se liga as comunidades urbanas ao desenvolvimento económico. Seria mau os futuros presidentes das comunidades urbanas fecharem-se e pensarem que o processo está completo.É um alívio saber que a região vai continuar dentro do Objectivo 1 e a receber apoios comunitários destinados às regiões mais desfavorecidas a partir de 2007?É de facto uma boa notícia. Prova que houve uma boa negociação. Neste caso particular o Governo esteve bem.O expediente encontrado, de integrar metade do distrito no Alentejo e outra metade na Região Centro, cortando-se as amarras com Lisboa, foi uma boa solução?Foi.Vai ter algum reflexo na designação de uma associação empresarial que se diz da região de Santarém?Não, não... As associações de municípios vão para duas regiões plano, estão a ser criadas duas regiões educativas, duas comunidades urbanas, está a haver divisões em tudo. A única instituição que vai ficar com os limites administrativos e a sua influência no distrito de Santarém é a Nersant. É bom que qualquer coisa continue, porque estou plenamente convencido que daqui a uns anos isto volta tudo ao mesmo. Como é que viu a adesão de Ourém à comunidade urbana liderada por Leiria? Acha que foi uma espécie de cartão vermelho mostrado ao distrito de Santarém, que se calhar não teve olhos para aquele concelho como devia ter tido?Penso que Ourém se deu muito bem com o distrito de Santarém nos últimos 10 anos. Foi onde surgiu o maior número de empresas, onde houve a maior taxa de desenvolvimento económico, onde o emprego mais cresceu. Se Ourém conseguir nos próximos dez anos, integrada na comunidade urbana de Leiria, ter o mesmo nível de desenvolvimento e crescimento que teve nos últimos dez, a opção foi correcta ou pelo menos não foi má. Agora se não tiver, se calhar perde. O futuro o dirá.O núcleo da Nersant em Ourém vai manter-se?Sim, está perfeitamente definido. Temos lá projectos extremamente interessantes, nomeadamente na fileira do mobiliário.Quer dizer que esta divisão administrativa não condiciona o trabalho da Nersant?Não. Vai ficar tudo igual a nível da região e vamos até começar a prestar algum apoio nos concelhos de Lourinhã e de Azambuja.Porquê?Mais por solicitação dos próprios empresários. Está a haver uma grande deslocalização de empresas da Lourinhã para o parque de Rio Maior. Daqueles 29 lotes já previstos, creio que 14 são de empresas da Lourinhã.Relativamente a Azambuja, é um concelho que está muito próximo, que aderiu à comunidade urbana da Lezíria, e como já ali estávamos a fazer muita formação de empresas vamos começar a trabalhar lá.

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