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PSD contra a mudança do arquivo e aumento da água

Na Assembleia Municipal de Abrantes
A mudança do arquivo histórico para Vale de Morenas, em Alferrarede, e o aumento do tarifário da água deram origens às melhores intervenções da última sessão da assembleia municipal de Abrantes, realizada na sexta-feira, dia 20.O PSD, que em conferência de imprensa já tinha anunciado possuir um abaixo-assinado, com centenas de nomes de cidadãos discordantes da mudança do arquivo histórico para Alferrarede, cumpriu o prometido e levou a petição ao órgão autárquico deliberativo. No entender dos social-democratas o arquivo, actualmente instalado no convento de São Domingos, não deve ficar numa zona industrial, mas sim no centro histórico. Nelson Baltazar (PS) chamou a si a defesa da mudança e justificou a opção de instalar os documentos históricos em edifício próprio, com segurança, qualidade e um bom serviço. Afirmou também que o arquivo vai ter de sair do convento de São Domingos para se proceder à segunda fase de requalificação do edifício e que a opção por Vale de Morenas é uma forma de estender a área da requalificação. A finalizar referiu o que “tecnicamente é desaconselhável”: “Os arquivos não devem ficar em edifícios recuperados devido a patologias que estes imóveis apresentam”. O presidente da câmara, Nelson Carvalho (PS), desferiu ataques mais dirigidos. Afirmou que desde que tomou posse nunca ouviu ninguém preocupar-se sobre o arquivo histórico ou se quer falar nele. “Quando o Governo disponibiliza verbas e Abrantes faz um projecto modelar para albergar o arquivo histórico surgem as preocupações”, afirmou.Segundo o projecto, o edifício do arquivo, com uma área de 61,5 metros x 20,3 metros, é composto por três módulos, com hipótese de ser aumentado. “E em todo este espaço a sala de consultas tem apenas lugar para 12 pessoas”, acrescenta Nelson Carvalho justificando mais uma vez que este tipo de serviços é frequentado por especialistas, não é uma biblioteca.Com a intervenção sobre o tarifário da água, o PSD também não obteve o melhor resultado. Os social-democratas argumentaram que as receitas provenientes do aumento do tarifário de água, que inclui as taxas de resíduos sólidos urbanos e de saneamento, vai registar um acréscimo de 74,7 por cento em 2004, mantendo-se o consumo verificado em 2003. Situação que contraria o estabelecido de aumentos graduais até 2007. “Provavelmente a razão profunda para esta mudança de agulha é o calendário eleitoral, já que em 2004 não há eleições e em 2005 elas aí estão”, afirmaram os eleitos do PSD, acrescentando que o aumento por “outra razão mais profunda, ainda que se calhar não tão imediata” é o pagamento da “pesada máquina da câmara”.A esta argumentação, o presidente Nelson Carvalho respondeu com as posições do ex-ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, Isaltino Morais, que determinava o fim do preço político da água, o princípio do utilizador/pagador e ainda a necessidade dos serviços não darem prejuízos.“Parece-me que no PSD o que uma mão faz é desconhecido da outra”, disse o autarca recordando que na câmara os vereadores “não viram razões” para votar contra o aumento e abstiveram-se.

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