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Clarividente Manuel Serra D’Aire

Adorei a tua prédica sobre os malefícios da classe política, embora tenhamos de reconhecer que há alguma que é mais “light” ou “ultralihgt”. Mais desinibida e terra a terra. Ou seja, não faz tanto mal à nossa sanidade física e mental e até acaba por se tolerar. É um bocado como o fumo do tabaco de cachimbo. É fumo, mas nem incomoda muito se comparado com o de cigarro. E cheira bem, tal como algumas matronas que por aí andam e que não posso apontar a dedo para não ter de amouchar com o traseiro no banco dos réus. Sapiente Manel, tu sabes bem que hoje em dia um pobre de Deus tem de medir bem as consequências antes de abrir a matraca. Parece que estamos no tempo do Botas de Santa Comba. Por exemplo, sobre o excelentíssimo senhor doutor José Brilhante nunca mais me hás-de ouvir piar em tom que possa parecer irónico ou maledicente. A excelsa criatura adora tribunais, processos e coisas afins e cá para mim teria dado um excelente escrivão de Direito ou mesmo um óptimo porteiro de um qualquer palácio de justiça. Sem qualquer desprimor para quem desempenha essas nobres actividades, ressalve-se desde já para não arriscar outros processos. Adiante! Rebolei-me de gozo com a tua abordagem à nova política de combate aos recalcitrantes portugueses que teimam em não separar o lixo e fico à espera para ver quando é que a GNR e a PSP multa o primeiro. Essa é uma daquelas leis feitas só para darmos conta da existência de um qualquer obscuro secretário de Estado, neste caso do Ambiente. São os tais 15 segundos de fama a que todos temos direito uma vez na vida, nem que seja a levar com iguanas na cabeça. Infelizmente, a medida anunciada pelo tal secretário de Estado é conversa da treta de fazer inveja ao Toni e ao Zezé e vai ser tão consequente como a lei que proíbe os cãezinhos de ajavardarem a via pública. Se algum dia descobrires algum dono de um simpático e incontinente canídeo a ser multado diz-me, que eu vou a correr comprar uma dúzia de foguetes e faço uma festa que nem quando o Benfica voltar a ser campeão…Mas nem tudo é mau. Felizmente, ao contrário do que acontece com os resíduos, a nossa classe política não precisa de ser objecto de separação. Logo não há perigo de se estar a dar mais trabalho às nossas forças de segurança. Os ordenados e as mordomias que muitos políticos auferem, como carros de luxo, motorista, despesas de representação e reforma ao fim de meia dúzia de anos já os deixam bem separados do resto do povinho, graças a Deus, que o Zé não quer cá misturas! Já quanto à reciclagem, penso que não serão necessárias grandes medidas nem avultados investimentos. Os políticos reciclam-se por si. Assim de repente lembro-me de uma carrada de exemplos à escala nacional e regional. Como o fervoroso maoísta Durão Barroso que hoje é primeiro-ministro de um Governo de direita. Ou o veterano Pato das Neves, socialista que foi mandatário do Bloco de Esquerda no Entroncamento e que agora preside à concelhia do PS local. E por aí fora… Já Hermínio Martinho, por exemplo, é feito de uma boa fibra que permite reciclagens contínuas. Só assim se explica que possa ter sido presidente do PRD e vereador eleito pelo PSD e pelo PS na mesma câmara. E vamos lá ver o que se segue Saudações recicláveis do Serafim das Neves

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