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Um profissional dos transportes que nunca viajou

José Daniel Madeira, presidente da Junta de Freguesia de Tremês
Com um ar calmo e franzino, o presidente da Junta de Freguesia de Tremês é um homem que gosta de pensar bem as coisas antes de as dizer ou fazer. José Daniel Madeira, 52 anos, é um estreante como presidente de uma autarquia, apesar de já ter feito parte da assembleia de freguesia pelo PSD. Ligado há cerca de 20 anos à política, José Madeira nunca tinha chegado a um cargo tão alto. E decidiu abraçar o desafio porque entendia que era necessário mudar algumas coisas na freguesia e desbloquear situações que se estavam a tornar complicadas. Como era o caso da sobrelotação do cemitério local. Neste momento o autarca dedica-se exclusivamente à junta de freguesia. Mas antes esteve ligado aos transportes e ao turismo. Programou muitas viagens, mas com muita pena nunca viajou muito, tirando umas vezes que foi a Espanha. Chegou a ter a oportunidade de ir a França e à Alemanha, mas deveres pessoais e profissionais acabaram por impedi-lo. José Madeira ultimamente desempenhava funções de promotor de vendas e responsável por orçamentos para viagens em autocarros de turismo numa agência de viagens. A sua vida foi dedicada aos transportes. Trabalhou na Rodoviária Nacional e na Rodoviária do Tejo. O seu grande sonho é visitar o parlamento europeu. “Era um objectivo que gostava de concretizar. Gostava muito de saber como é que funciona o parlamento”, conta. Mas por falta de tempos livres tem vindo a adiar esse objectivo. O pouco tempo que tem aproveita para conviver com os amigos à volta de uns petiscos ou para “amanhar” a sua horta, onde também tem oliveiras. Gosta de ler e de cinema, mas não é muito adepto de desportos. Chegou a inscrever-se para tirar a carta de caçador, mas acabou por desistir de fazer o exame. “Já tinha tirado o registo criminal e tinha os papéis todos em ordem. Mas comecei a reparar que alguns caçadores que conhecia levantavam-se de madrugada, mesmo a chover torrencialmente, para ir caçar para o Alentejo. E isso desmotivou-me”, explicou. José Daniel Madeira estudou na escola de Sinterra, localidade onde nasceu, tendo feito a quarta classe. O que sabe hoje deve-o à experiência de vida e ao facto de ter começado a trabalhar cedo. O primeiro emprego foi aos 14 anos como aprendiz de bate-chapas numa oficina de Vale de Estacas (Santarém), onde esteve cinco anos. Na tropa as coisas também não foram fáceis. Esteve na Guiné, na Guerra Colonial, durante dois anos numa zona difícil onde, diz, “éramos atacados todos os dias”. Hoje canaliza todas as energias para melhorar as condições da freguesia, apesar de não se considerar um político. “Sou apenas uma pessoa que deseja e quer que as freguesias tenham êxito a nível do país e possam melhorar o nível de vida dos seus habitantes”, sublinha. Por isso todos os passos que dá são pensados ao milímetro. “Preparo todo o trabalho da semana seguinte com vários dias de antecedência”, conclui.

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