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Rebentar com as capelinhas

Rebentar com as capelinhas

Anafre apela às juntas de freguesia para se associarem em prol do desenvolvimento comum

O direito de associação entre freguesias ainda não está a ser explorado na nossa região. A delegação da Anafre entende que é urgente mudar o actual estado de coisas e acabar com o “espírito de capelinha”.

Algumas dezenas de autarcas de freguesia da região ouviram na tarde de quinta-feira fortes apelos ao associativismo inter-freguesias e foram instigados a deixarem-se de “partidarites” e de “politiquices”, articulando esforços em prol do desenvolvimento comum. No seminário promovido pela delegação distrital da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), realizado no auditório da Escola Superior de Gestão de Santarém, pretendeu-se chamar a atenção dos autarcas para a legislação, publicada em 1999 mas ainda pouco posta em prática, que permite a criação de associações de freguesias.“O objectivo desta lei é rebentar com as capelas”, sintetizou Augusto Figueiredo, presidente da Junta de Freguesia de Asseiceira, coordenador distrital adjunto da Anafre e membro do conselho de administração da única associação de freguesias existente no distrito de Santarém – a “Devagar se vai longe”, que agrega as freguesias de Arrouquelas, Asseiceira, Assentiz, Ribeira de São João, todas do concelho de Rio Maior.O autarca referiu que as associações podem e devem desenvolver projectos conjuntos a vários níveis e rentabilizar investimentos e equipamentos, conferindo ao mesmo tempo às freguesias outro peso reivindicativo junto das câmaras e do poder central. Aliás, Augusto Figueiredo fez questão de sublinhar que o processo de criação da “Devagar se vai longe” motivou algumas “movimentações” por parte do município, da assembleia municipal e dos gabinetes técnicos. Porque, explicou, “isto é também uma forma de acabar com mordomias e interesses instalados a outros níveis”.Antes, já o presidente nacional da Anafre havia defendido mais meios e competências para as freguesias, destacando que os autarcas das freguesias”são os carolas da classe política”. Armando Vieira disse que é necessário que o poder central tenha a consciência que dar mais meios e competências às freguesias é uma forma de “potenciar o investimento com menores custos”.Nessa linha, acrescentou: “Uma das formas de economizar – se a ministra das Finanças o pretende também ao nível autárquico – é aumentar as receitas das juntas de freguesia”.Carlos Palmeiro, coordenador distrital da Anafre, reforçou as ideias afirmando que existem ainda “algumas doses de egoísmo” entre autarcas que urge combater. Como afirmou, a criação de associações de freguesias abre a “possibilidade de se criar também uma mentalidade mais solidária, onde haja preocupação com as necessidades do nosso vizinho”.Jorge Honório e João Peres, directores da Escola Superior de Gestão (ESGS), e Jorge Justino, presidente do Instituto Politécnico de Santarém, saudaram a iniciativa da Anafre e disponibilizaram-se para colaborar em futuras iniciativas, tendo sido sugerido por João Peres a possibilidade da realização de estágios de alunos da ESGS em associações de freguesias.
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