Num dia destes, estava num café de Almeirim para registar o Totoloto. E já não sei a que propósito, veio à baila a conversa habitual sobre acidentes de viação. Penso que por estar a tocar a sirene. Lembrei-me então de referir aos presentes, que tinha presenciado uns dias antes a passagem de um pesado de mercadorias pela rua de Coruche, em Almeirim, em marcha altamente acelerada e ainda por cima carregado com uma avantajada carrada de fardos de palha. Fui de imediato interompido por dois senhores que ali se encontravam para o mesmo que eu, tomando eles as minhas palavras como um ataque à classe profissional dos motoristas. Ora aqui está uma atitude nada correcta. Cada motorista terá a sua forma de guiar, uns serão mais cumpridores que outros e são certamente. Mas motoristas no fim de contas somos quase todos e eu próprio, que aliás também tenho até carta de pesados embora não exerça essa profissão. Mas as criticas, essas tem que ser feitas e tem de ser aceites para bem de todos nós, e não podemos ter logo à partida a ideia de que quem critica os nossos colegas nos está a criticar a nós ou à classe profissional a que pertencemos. Qualquer profissional é digno do maior respeito desde que exerça o seu ofício com profissionalismo e respeito pelos outros, nomeadamente os utentes da via pública. Ora isso foi o que não aconteceu com o motorista que eu vi passar naquele dia na rua de Coruche em Almeirim, dentro de uma localidade. A verdade tem que ser dita e todos temos obrigação de ouvi-la para bem de todos. Desde os que trabalham ao volante, até àqueles que se deslocam a pé, de bicicleta ou de outra forma qualquer.Saudações a todos os motoristas, e a todos os condutores conscientes.João Chamiço - Almeirim