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À descoberta de novos valores

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Rancho Folclórico do Vale do Brejo é uma escola

Em Vale do Brejo (Azambuja), o folclore conquistou os mais novos e não faltam candidatos a dançarinos no grupo. O segredo dos “camponeses” é a união de uma grande família.

No lugar de Casais do Vale do Brejo, freguesia de Aveiras de Cima, a sede do Rancho Folclórico “Os Camponeses” abriu as portas a dezenas de crianças e jovens e está a desenvolver um projecto de formação em estreita colaboração com a escola básica.Tudo começou com uma brincadeira inserida no programa de actividades extra curriculares, mas o gosto pelo folclore pegou e hoje já existem 23 pares com dançarinos a partir dos sete anos.“Nem todos serão bailadores, mas alguns hão-de vingar”, explicou Vítor Rodrigues, presidente da associação.Entre as mais de quatro dezenas de candidatos, alguns vão integrar o rancho que tem 12 pares e uma tocata de 11 elementos. O tocador de medida é o menos jovem do grupo e tem apenas 62 anos. João Paulo faz parte do rancho há 22 anos e garante que o entusiasmo com que bate na medida é o mesmo que sentiu nos primeiros tempos. “Isto é um bichinho que está dentro da gente”, explica.Luís Rodrigues é um jovem ensaiador de 32 anos, mas tem quase 20 anos de folclore e confessa que é exigente. “Temos de levar isto a sério, há momentos para tudo”, refere no intervalo de mais um ensaio.O director técnico confessa que o segredo do sucesso do grupo é a dedicação dos seus elementos que fazem da sede a sua segunda casa. Para manter a família unida, o grupo organiza outros eventos, como um passeio de BTT ou uma peça de teatro. Os dançarinos e tocadores também se preocupam em angariar fundos para que nada falte e quando é preciso custear as deslocações abrem os cordões à bolsa. A colaboração da população é fundamental para manter vivo o rancho e pelo que vimos “os camponeses” não têm razão de queixa. O presidente da associação dá como exemplo o festival que organizam anualmente na terceiro sábado de Julho e no qual oferecem um jantar a mais de quinhentas pessoas.O grupo já actuou nos Açores (Ilhas do Faial e Pico) e em Espanha (Pontevedra e Valência). Este ano tem um convite para voltar aos Açores em 25 de Junho, mas ainda não confirmou porque há alguns dançarinos que não podem devido a exames escolares.Gravar um CD e uma cassete é outro objectivo para 2004. A primeira gravação esteve prevista, mas não se consumou. O único suporte de imagem e som com registos do grupo é o CD editado pela Câmara Municipal de Azambuja.A autarquia é um parceiro elogiado pelos responsáveis do grupo. No pavilhão pré-fabricado, de fazer inveja a muitas colectividades, consta o nome do presidente Joaquim Ramos que presidiu à cerimónia de inauguração. O Rancho Folclórico Camponeses de Vale do Brejo é filho da liberdade e surgiu a partir de uma brincadeira de Carnaval. Um grupo de habitantes procurou trajes e modas por entre vales e montes e junto dos mais antigos. A primeira actuação foi em Novembro de 1977 e já lá vão mais de 26 anos de actividade num esforço permanente para manter vivas as tradições de um povo de origens humildes que se alimentou daquilo que a terra lhe deu.O cavador, o lagareiro, o abegão, a arrozeira, os noivos da época e os fatos domingueiros e de festa são memórias de um povo que o tempo não apagou. Nelson Silva Lopes
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