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Libertino Manuel Serra D’Aire

É com lágrimas nos olhos que lembro o teu altruísmo ao propores uma medalha, uma comenda, um título qualquer para o nobre bombeiro que se terá servido da parada do quartel de Constância para apagar o fogo que lhe ardia nas entranhas. Já dizia o Camões, que dizem também ter andado perdido de amores naquela terra, que amor é fogo que arde sem se ver. Mas lá porque não se vê não quer dizer que não se possa apagar. Concordo contigo: empata e invejoso é quem condena um homem que se limitou a cumprir o seu dever cívico.Mudando de assunto, mas ainda no capítulo das homenagens, acho que se deve instituir no Ribatejo uma cerimónia tipo 10 de Junho para consagrar quem se distingue na defesa e promoção da região. E tenho já um nome a quem atribuir a mais alta comenda, a do touro e do campino inventada cá pelo je. Nem mais nem menos que o deputado do CDS/PP Herculano Gonçalves, esse patusco e bem disposto político que não cessa de nos surprenderPelo que li em O MIRANTE, o homem fartou-se de pedir coisas ao ministro da Cultura quando o apanhou num jantar dos partidos da coligação do Governo. Só faltou mesmo pedir-lhe a chave do totoloto, mas exigiu outras taludas. Como a de conceder outro estatuto ao fandango. Provavelmente património nacional. Ou mesmo mundial...Essa não lembrava ao Diabo, é verdade. Mas já que foi dada a ideia todos nós, ribatejanos, devíamos empenhar-nos na sua concretização. E já temos garantido o apoio de entidades de peso, como o Bloco de Esquerda ou a Opus Gay. É que sendo o fandango uma dança habitualmente interpertada por homens, não deixaria de ser considerado uma causa políticamente correcta pelos defensores das minorias e das causas homossexuais.Mas atenção: longe de mim estar a insinuar que os nossos brilhantes dançarinos de fandango atracam de popa. Longe de mim, cruzes, canhoto!! Só que para pôr o Ribatejo no mapa todos os expedientes são válidos. E que mal viria ao mundo se anunciássemos por esse mundo fora que por aqui os homens dançam uns com os outros, não vestidos de cabedal mas com garridos fatos de campino, embora com aquelas meias de renda, enfim, um pouco alariladas... Eles só tinham de dançar. O resto ficava por conta da imaginação depravada de cada um. E cairíamos por certo na rota das viagens de núpcias dos casalinhos que dão o nó em São Francisco.Manel, a esta hora já deve haver meia dúzia de marialvas e outros tantos papa-hóstias a quererem fazer-me a folha. E para lhes dar razão não posso dar aos calcantes sem falar dessa data marcante que é o Dia da Mulher. Hoje abro mão do meu agnosticismo e parto do princípio que Deus existe e que bem pode limpar as mãos à parede com a obra que criou. Para que servem, por exemplo, uma lombriga, um ministro como o da administração interna ou um jogador de futebol como o Miguel Garcia?É aqui que entra precisamente a mulher, das poucas coisas decentes que a divindade nos legou e que, em utilidade, só perderá para a vaca - que, embora não saiba cozinhar nem cozer meias, para além da carne e do leite para oferecer tem ainda os cornos que servem para fazer cabos de facas e de canivetes, como ensinavam na escola primária salazarista. Por isso mesmo, concordo perfeitamente com a celebração do Dia da Mulher, ou das mulheres, a quem manifesto a minha gratidão pelo que de bom já me proporcionaram e vão proporcionando, sugerindo no entanto que a vaca, pelas razões acima aduzidas, merece igualmente uma data específica para ser celebrada.E com isto humildemente me subscrevoSerafim das Neves

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