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José Pedro Borrego

“Se calhar ainda existem homens que batem na mulher, que bebem um bagaço ao pequeno almoço, mas parece-me que essa é uma espécie em vias de extinção. Há que haver igualdade entre homem e mulher e cada vez mais é para isso que se caminha”

28 anos, investigador científico na Universidade de Aveiro, Almeirim

Já comprou bilhetes para o Euro 2004?Não, nem vou comprar porque não sou especial adepto de futebol. Essa não é uma das minhas prioridades nem passa pelos meus investimentos futuros comprar bilhetes para ver um jogo. Prefiro investir num bom concerto ou num espectáculo cultural. Sente-se seguro em Portugal?O nosso país é relativamente seguro. Não tenho medo de atentados terroristas e acho que Portugal não é um país alvo. A tecnologia pode chegar ao ponto de substituir o ser humano?Na maior parte das tarefas consideradas repetitivas a tecnologia pode substituir as pessoas. Mas, ao nível das funções que envolvem a inteligência, o ser humano vai andar sempre à frente das máquinas e da tecnologia. O pensamento é uma característica do Homem que não pode ser estendida às máquinas. Está satisfeito com o actual governo?(Risos) Nalgumas coisas sim, noutras não. Ainda há muito a fazer e não tem havido a coragem suficiente para implementar as reformas mais importantes. É o caso, por exemplo, da investigação científica. É um parente pobre de todas as profissões em Portugal. As multas para a condução com excesso de álcool deviam ser mais pesadas?As multas para a condução sob o efeito do álcool já são pesadas e concordo com isso, porque as pessoas têm que ter a consciência que não podem beber quando vão para a estrada. No entanto a atitude mais sensata a tomar neste sentido seria a educação para a cidadania e a consciencialização das pessoas. Começar na escola primária a incentivar as crianças a não terem esse tipo de atitude. Só assim se constrói uma cultura de responsabilidade na sociedade. O distrito de Santarém tem algum peso no panorama político e económico do país?Vê-se pouca actividade deste distrito e vêem-se poucas ideias a saírem desta região. Há outras zonas do país com muito mais peso e dinamismo quer em termos empresariais, quer em educação e formação das pessoas. Parece-me que há uma certa estagnação do distrito de Santarém e, talvez, a culpa também seja dos responsáveis políticos. As rádios locais ainda têm futuro?Há que repensar o modelo actual. Quinze anos depois do grande boom do aparecimento das rádios, parece que não houve evolução. As exigências das pessoas hoje em dia são completamente diferentes e não podemos estar a reutilizar os mesmos modelos que vêm do início das rádios locais em Portugal. Há que inovar. Ainda há machos latinos?Se calhar ainda existem homens que batem na mulher, que bebem um bagaço ao pequeno almoço… mas parece-me que é uma espécie em vias de extinção. Há que haver igualdade entre homem e mulher e cada vez mais é para isso que se caminha. Prefere as loiras ou as morenas?Não gosto de pôr as coisas nesses termos. Gosto de olhar para uma mulher e fazer a minha apreciação, independentemente de ser loira ou morena. Nestas coisas de mulheres é tudo muito subjectivo. A tropa prepara pessoas para a vida?Não fui à tropa, mas julgo que ela não prepara ninguém para ser homem ou mulher. Não sou anti-militarista, mas creio que não é a tropa que vai mudar a educação das pessoas, que já vem de raiz. Se ganhasse o totoloto em que é que investia o dinheiro?Provavelmente aplicava o dinheiro na criação de empresas. Ia tentar multiplicar o dinheiro através de investimentos rentáveis. Já participou nalguma procissão?Respeito quem gosta dessas iniciativas, mas tenho uma apreciação própria da religião. Não é por se andar na igreja que se é melhor para as outras pessoas. Por acaso nem em criança me levaram a procissões, nem me vestiram de anjinho para andar atrás do andor, até porque de anjinho não tenho nada… Se fosse assediado no local de trabalho apresentava queixa?Depende (risos…). Depende de quem me tivesse assediado, se fosse uma loira com um metro e oitenta se calhar não me queixava. Ver telenovelas pode contribuir para a cultura das pessoas?Não gosto de telenovelas, porque não enriquecem os meus conhecimentos em nada. Estar uma hora a assistir a uma telenovela é uma perda de tempo.

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