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Secção de basquetebol do U. Chamusca pode ser extinta

A secção de basquetebol do União da Chamusca pode fechar portas na próxima semana, parando a actividade de cerca de 150 atletas de sete equipas. Em causa está falta de pagamento de uma verba de mensal de 850 euros por parte da comissão administrativa que gere o U. Chamusca, e que inviabiliza a continuidade da temporada desportiva.Sete equipas de basquetebol, entre as quais a de seniores que participou no campeonato da I Divisão Nacional, e os iniciados e os juniores, que já estão entre os oito melhores do país, podem ver o seu esforço “traído” de um momento para o outro.

Ao todo são cerca de 150 atletas, esmagadoramente oriundos dos escalões de formação do clube, que podem ficar sem actividade. O aviso parte do director da secção de basquetebol do U. Chamusca, Leonel Pinto, que considera a situação insustentável. Segundo diz, a direcção do clube comprometeu-se com a secção, em Setembro no ano passado, a entregar uma verba de 850 euros, ao longo de dez meses. O que apenas se verificou numa ocasião desde Setembro. Tudo o que a secção quisesse gastar a mais, seria da sua responsabilidade.Como consequência, a secção de basquetebol está endividada até à “ponta dos cabelos”, devendo dinheiro à Federação Portuguesa de Basquetebol, Associação de Basquetebol de Santarém, treinadores, bem como a todas as equipas, que não recebem o apoio para treino desde Dezembro. “As pessoas não imaginam, mas só com a participação da equipa sénior, temos de pagar cerca de 475 euros por mês em arbitragem”, elucida Leonel Pinto. Neste período mais difícil tem sido a câmara e Junta de Freguesia da Chamusca, bem como a autarquia de Constância, com a cedência do seu pavilhão, a “segurarem” o basquetebol na terra. “Recebemos um subsídio mensal de cerca de mil euros para compensar as deslocações das sete equipas para treinos e jogos nos pavilhões de Alpiarça e Constância. São 150 jogadores em movimento, e pagar o gasóleo e seguros das carrinhas”, explica o dirigente.Por tudo isto, Leonel Pinto teme que outras equipas se vão abastecer de jogadores ao filão da Chamusca, criticando a direcção do clube por não cumprir o acordado. “Se não há dinheiro, só têm que tentar arranjá-lo e não tirá-lo à secção de basquetebol”, afirmou, acrescentando que apenas dois ou três dirigentes da direcção estão preocupados com o desfecho anunciado.Quanto ao futuro das equipas jovens, a secção pretende reunir com os pais dos jogadores após a Páscoa para dar conta do estado a que chegou o basquetebol. “Não vale a pena ir jogar a Évora e nem sequer termos dinheiro para pagar o lanche aos atletas”, exemplifica.O que a secção não põe de parte é ainda solicitar à Inspecção-geral de Finanças (IGF) uma averiguação profunda ao que se passa no U. Chamusca, verificando onde pára o dinheiro que lhe é devido. “Como é que sem pavilhão temos sobrevivido e, agora que está quase concluída uma excelente infra-estrutura, pode não haver equipas”, questiona Leonel Pinto.A secção já prepara os faxes com o pedido de desistência das provas federativas, evitando multas maiores por serem ultrapassarem prazos.Contactado por O MIRANTE, o líder da comissão administrativa que gere o U. Chamusca, João Bugalho, confirmou que o clube deve cerca de 5.800 euros à secção de basquetebol, respeitantes a oito meses de atraso do pagamento mensal.João Bugalho revela que o clube está a passar por muitas dificuldades que coincidem com as necessidades da secção de basquetebol, mas confia que o problema será resolvido numa questão de dias. “Possivelmente, por via de um financiamento particular que aguardamos. Mas esperamos que não se avance para uma decisão drástica antes disso”, revela, acrescentando que a Câmara da Chamusca também deve os subsídios de 2003 ao clube, ainda que compreenda a situação da autarquia face à situação dos incêndios do ano passado.O líder da comissão administrativa do clube nega ainda que se tenha apenas apontado baterias para a equipa de futebol sénior, apostando na subida de divisão, admitindo que a época foi mal planeada e com generosidades a mais. “Somos uma comissão administrativa e há mais dificuldades em fazer engenharias financeiras legais, o que levou que se inflacionassem as despesas e diminuíssem as receitas”, esclareceu.

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