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Grávidas de Benavente voltam a ter preparação

Presidente da câmara denuncia conflito de interesses

O serviço de preparação para a maternidade será reposto em Benavente ainda este mês. A suspensão do apoio às grávidas levou o presidente da câmara a denunciar um alegado conflito de interesses.

As grávidas inscritas no Centro de Saúde de Benavente vão voltar a ter preparação para a maternidade ainda durante o mês de Abril. A garantia foi dada a O MIRANTE pelo coordenador da Sub-Região de Saúde de Santarém, Pedro Afoito. O director do Centro de Saúde de Benavente, Santos Gonçalves considera difícil repor a situação tão rapidamente “porque a aprovação dos tempos acrescidos dos enfermeiros demora muito tempo”. O serviço iniciado em Outubro de 2003 no centro de Saúde de Benavente foi suspenso por alegada falta de profissionais de enfermagem. A mesma razão que levou à suspensão do serviço em Samora Correia, em 2001. Os responsáveis prevêem que o serviço possa ser restabelecido em Samora depois das férias de Verão.O presidente da Câmara Municipal de Benavente denunciou a suspensão na reunião pública, na segunda-feira, 5 de Abril. António José Ganhão relacionou a medida com interesses do director do centro de Saúde que tem uma clínica em Salvaterra de Magos que proporciona o mesmo serviço com um custo de 150 euros. O autarca disse que a razão apontada tinha sido a necessidade de ocupar a “sala das grávidas” com mais uma secretaria de enfermagem. Uma versão não confirmada pelo director e pelo coordenador da Sub-Região de Saúde de Santarém.O edil denunciou a situação junto do coordenador distrital e pediu que fossem tomadas medidas para acabar com o conflito de interesses. “Isto é inadmissível. Acaba-se com um serviço e quem quiser tem de pagar no privado”, disse.O director visado lamentou que o presidente tenha lançado a suspeição sem o contactar e considerou a intervenção do presidente como “infeliz”. “Sempre trabalhei no privado e no Estado e nunca misturei as coisas. Porque é que o senhor presidente não se manifestou quando acabou o serviço em Samora. Tinha muito mais utentes e até algumas de Benavente”, disse.Santos Gonçalves afirmou que não foi por o serviço ter sido suspenso no sistema público que a clínica teve um acréscimo de parturientes. “O número de grávidas de Benavente não tem significado”, disse. Curioso é o facto das enfermeiras que faziam o serviço público serem as mesmas que exercem no privado.Em Samora Correia o serviço também é assegurado por uma clínica privada que cobra valores semelhantes.O director do centro de saúde disse ainda que o presidente da câmara deveria estar mais preocupado com a inexistência de cuidados de enfermagem em Benavente depois das 17h00 e a suspensão do serviço no posto de Foros de Almada (Santo Estêvão), o que obriga os utentes a sub-carregarem as urgências. Director será substituídoO MIRANTE confirmou que no âmbito da renovação dos quadros prevista na nova Lei dos Cuidados Primários está prevista a nomeação de um novo director do centro de Saúde de Benavente que dirige todas as unidades do concelho. O actual director, Santos Gonçalves não se mostrou surpreendido, uma vez que ele próprio já manifestou vontade de deixar o cargo há dois anos. Em Janeiro, o director pediu oficialmente a demissão das funções por se encontrar numa situação de “ilegalidade”, uma vez que não está em regime de exclusividade na função pública como preconiza a lei.Esta situação atinge uma parte significativa dos directores e por isso irão surgir mudanças nas próximas semanas. Nelson Silva Lopes

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