Teatro de Almeirim finalmente em obras
Chegou ao fim um processo conturbado que durou doze anos
Após doze anos de complicadas negociações, já começaram as obras de recuperação do cine-teatro de Almeirim. A ideia da autarquia é transformá-lo numa sala de espectáculos polivalente.
As obras de recuperação do Cine-Teatro de Almeirim iniciaram-se dia 1 de Abril, pondo fim a um conturbado processo que se arrastou durante 12 anos. Numa primeira fase, a construtora Torrão, que ganhou o concurso público para execução dos trabalhos, está a proceder à retirada de materiais do interior do edifício. As janelas, as cadeiras e a estrutura do telhado já foram tiradas de modo a facilitar as tarefas de demolição. Das instalações, que já apresentavam um elevado grau de degradação, foi também retirada a máquina de projecção que apresenta um bom estado de conservação e ainda um piano antigo. Os equipamentos foram guardados em instalações camarárias e podem, após as obras, ser usados para decorar a nova sala de espectáculos da cidade. Os trabalhos vão custar cerca de três milhões de euros e incluem a demolição do interior do edifício e de uma habitação contígua, adquirida pela autarquia com o objectivo de alargar o edifício. A fachada do cine-teatro é a única parte que se vai manter daquela que será uma sala de espectáculos polivalente. Recorde-se que o processo de recuperação do cine-teatro já dura há mais de uma década. Durante este tempo o imóvel foi caindo aos poucos e nos últimos anos teve que ficar interdito a espectáculos, depois de ter caído parte do tecto. Os primeiros problemas começaram com a aquisição do edifício, por parte da câmara, há 10 anos, após um longo e difícil processo de negociações com os anteriores proprietários.Em 1999 meteram-se no caminho entraves ao processo de financiamento para recuperação de casas de espectáculo. O processo estava a ser desenvolvido pelo Ministério da Cultura. Foi aprovado, cumprindo os requisitos necessários. No entanto o Programa Operacional da Cultura previa para o terceiro Quadro Comunitário de Apoio (QCAIII) investimentos prioritários em museus. Mais recentemente a reclamação de duas empresas concorrentes ao concurso público atrasou o início das obras. As queixosas eram as construtoras Ventura & Pires e Editejo, por terem sido excluídas do concurso. A razão invocada pela comissão de análise de propostas da autarquia era a de falta de “capacidade técnica”. A Editejo é a mesma empresa que construiu a biblioteca municipal da cidade há 12 anos e com a qual a câmara tem um diferendo. Recorde-se que em Outubro de 2003 a Câmara de Almeirim decidiu accionar a garantia bancária depositada pelo empreiteiro referente às obras da biblioteca. É que a construtora nunca conseguiu resolver os problemas de infiltrações do edifício. E ao último pedido da autarquia para que a situação fosse resolvida, a Editejo respondeu com um orçamento.
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